Zonas ‘dutyfree’ agregam negócio de mais de 60 bilhões de euros
O negócio concentrado principalmente nos aeroportos – nas zonas ‘dutyfree’, isentas de impostos – agrega um faturamento de mais de 60 bilhões de euros anuais e é liderado pela moda, acessórios e perfumaria, bebidas alcoólicas e tabaco. O negócio expandiu-se a ‘reboque’ da indústria do turismo – que se multiplicou exponencialmente com as companhias aéreas lowcost – e é cada vez mais importante para uma vasta linha de setores, especialmente as marcas de luxo.
Segundo um estudo da DutyFree World Council (DFWC), a moda e a perfumaria, líderes das escolhas do consumidor em trânsito nos aeroportos, agregam cerca de 50% do total de negócios das zonas ‘dutyfree’, que em 2017 atingiram uma faturação de 62 bilhões de euros, devendo chegar a 75 bilhões de euros em 2020.
São esperadas alterações na participação dos setores. Moda, acessórios eperfumaria continuarão a representar quase 50% dos gastos dos viajantes. Na sequência, as bebidas alcoólicas (16,7%), o tabaco (10,9%), artigos de relojoaria e joalharia (8,3%), artesanato (7,3%) e artigos eletroeletrónicos, brindes e outros itens (7%).
As origens do ‘travelretail’ datam de 1947, ano em que o aeroporto irlandês de Shannon obteve a primeira licença para introduzir o comércio isento de impostos nas zonas de acesso aos aviões quer partiam para fora da sua geografia. A partir daí, os aeroportos sem alfândega começaram a proliferar e já nos anos 60, quando o turismo começou a crescer, o setor de comércio de viagem disparou: os aeroportos de Bruxelas, Düsseldorf, Osaka, Olso, Londres, Frankfurt, Miami, Amsterdão e TelAviv têm desde essa época as suas zonas ‘dutyfree’.
Nas últimas décadas, com a globalização, o número de voos internacionais, escalas e estadias em aeroportos disparou. E os aeroportos perderam este interessante monopólio: os cruzeiros marítimos em águas internacionais, as vendas a bordo dos aviões em voos internacionais e mesmo algumas estações ferroviárias internacionais estabeleceram as suas próprias zonas francas. O resultado foi que o comércio ‘dutyfree’ também cresceu.
Segundo dados do DFWC, de 1985 a 2017, as compras processadas pelo sistema ‘travelretail’ multiplicou-se por dez: de menos de bilhões de euros em meados dos anos 80 para um recorde os 62 bilhões de euros registados em 2017.
Por região, é na Ásia-Pacífico que os negócios são maiores, somando 44,6% do total da receita global ‘dutyfree’ em 2017. A Europa surge a seguir (29,2%), depois as Américas (16,5%), Médio Oriente (8,6%), e finalmente a África (1,2%).
Fonte: Jornal Econômico – Portugal