5 Tendências no segmento de embalagens no Brasil
Por Angelica Salado, Analista Sênior de Pesquisa da Euromonitor
O cenário econômico negativo, com uma redução da renda disponível em um grande número de lares do Brasil, está movimentando o segmento de embalagens no país. Segundo dados da Euromonitor, o segmento de embalagens se manteve estável entre 2015 e 2016, movimentando 164 bilhões de unidades no último ano, considerando as vendas de alimentos, bebidas, produtos de beleza e de limpeza. A Euromonitor projeta um crescimento de 1,2% no segmento de embalagens para 2017.
Veja abaixo as cinco principais tendências no segmento de embalagens no Brasil:
- Polarização no tamanho das embalagens
A recessão econômica impulsionou uma polarização no tamanho das embalagens. Com a renda afetada, o consumidor teve que reduzir o consumo de categorias não-essenciais, como chocolates e sucos. Assim, passou a buscar embalagens menores cujo desembolso imediato é menor. Por outro lado, as embalagens tamanho família para os produtos consumidos mais frequentemente, como produtos de limpeza, também se destacaram uma vez que oferecem uma economia maior em volume.
- Maximização do consumo
Hoje em dia, qualquer tipo de desperdício de produto significa um desperdício muito grande de dinheiro. Então, o brasileiro passou a incluir no seu processo de compra produtos cuja embalagem permita a maximização do uso e assim evite desperdícios. Olhando para as categorias de alimentos, bebidas, beleza e limpeza ao longo dos últimos cinco anos, vemos que os produtos disponíveis em pouches se destacaram bastante por crescerem em ritmo mais acelerado que a média do segmento de embalagens.
- Ascensão do atacarejo
Muitas famílias estão buscando novos canais de compra que ofereçam preços mais atrativos. Nesse sentido, um canal que ganhou destaque nos últimos anos foi o atacarejo. Entretanto, a configuração de um atacarejo é bastante diferente à de um supermercado na questão de exibição dos produtos nas lojas e no manuseio dos itens, exigindo que as marcas adaptem as embalagens de seus produtos às demandas desse novo canal, seja alterando o material e/ou enaltecendo e modificando sua identidade visual.
- Consumo dentro do lar
O brasileiro não está disposto a abrir mão dos momentos de socialização com amigos e familiares mesmo em período de renda apertada. E a solução encontrada por ele foi trazer os momentos de socialização para dentro de casa, beneficiando as vendas no varejo. Engana-se, porém, quem pensa que dentro do lar o consumidor busca produtos mais simples e baratos. Uma vez que que ele está disposto a trocar o bar pelo lar, ele quer ser “recompensado” como uma experiência similar em termos de conveniência e qualidade dos produtos.
- Conveniência
A dinâmica das famílias está mudando, com lares cada vez menores e com rotinas mais intensas nos centros urbanos, cenário que está impulsionando as vendas novas categorias de produtos no formato de snacks e refeições prontas. Abre-se, então, espaço para novos tipos de embalagens que ofereçam mais praticidade e conveniência durante todo o processo de consumo, desde a estocagem até a hora de servir e consumir.
A mensagem que se deve ter em mente em relação às tendências acima é que com a crise econômica, o consumidor teve que repensar muitos dos seus hábitos, às vezes abrindo mão de categorias de produto ou de marcas que ele estava habituado a comprar. E esse repensar é um processo muito difícil, mas que exigiu que ele saísse da inércia, deixando de comprar um produto somente porque sempre fez assim. Então, hoje o consumidor está mais empoderado e racional do que nunca, exigindo novas soluções que atendam essas novas necessidades e limitações que surgiram durante a crise.