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As indesejáveis melanoses solares

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A radiação solar se divide em: luz visível (400 a 800 nm), radiação ultravioleta (100 a 400 nm) e infravermelho (acima de 800 nm). A radiação ultravioleta é subdividida em UVA (400 a 320 nm), UVB (320 a 290 nm) e UVC (290 a 100 nm), sendo a última filtrada pela camada de ozônio.

A exposição crônica à radiação solar, principalmente à radiação ultravioleta, é responsável por causar danos progressivos às estruturas celulares da derme e da epiderme, exercendo impacto nas fibras de colágeno e elastina, nos vasos sanguíneos, promovendo formação de radicais livres, aumentando a probabilidade de desenvolvimento de neoplasias cutâneas, dentre outros efeitos.

Esta exposição leva à formação dos sinais do fotoenvelhecimento, como rugas, ressecamento da pele, flacidez, espessamento da camada córnea, textura mais áspera, pigmentação irregular e maior propensão a neoplasias. Dentre as características da pele fotoenvelhecida tem-se, também, a melanose solar, conhecida como mancha senil.

Melanose solar é a hiperpigmentação mais comumente observada em decorrência da exposição à radiação ultravioleta, acarretada pelo aumento de número e atividade dos melanócitos (células produtoras de melanina). Os melanócitos agredidos passam a distribuir a melanina irregularmente ao longo da pele.

São lesões com formato arredondado, de coloração acastanhada clara, escura ou negra, que surgem nas áreas de maior exposição à radiação solar (como mãos, braços e rosto), principalmente em indivíduos de pele clara após a terceira década de vida. Apesar de se tratarem de lesões benignas, estas manchas causam desconforto e afetam a autoestima do indivíduo por questões estéticas.

As melanoses podem ser tratadas com produtos despigmentantes de uso tópico (por exemplo, formulações contendo hidroquinona), nitrogênio líquido, peelings ou por meio de laser. Porém, os tratamentos existentes não possuem resultados definitivos, pois podem surgir novas lesões ao longo do tempo.

Por essa razão, a prevenção do aparecimento destas machas é importante, e pode ser feita pelo uso de formulações fotoprotetoras. Protetores solares são produtos cosméticos que atenuam os efeitos deletérios das radiações solares na pele humana. Estes produtos contêm, dentre outros componentes, filtros solares físicos e químicos em uso combinado como compostos ativos.

Os filtros físicos, como dióxido de titânio e óxido de zinco, são substâncias que refletem, dispersam e absorvem as radiações UV, visível e infravermelha. Os filtros químicos, como a avobenzona e o octocrileno, atuam por meio da absorção da radiação UV e conversão desta em radiação menos nociva.

Além da combinação de filtros solares, o veículo da formulação é importante ser considerado, podendo ser uma emulsão, gel, loção, aerossol, etc. Cada tipo de veículo é mais adequado para determinado tipo de pele, além de influenciar na eficácia fotoprotetora do produto.

Apesar de benignas, as melanoses solares são esteticamente desagradáveis e indicativas da exposição da pele aos danos das radiações UV; e o modo de prevenir seu surgimento é também o modo de evitar outros danos mais sérios à pele em decorrência das radiações solares: fotoproteção.

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