Na América Latina, os shoppers estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais
De acordo com nosso estudo “Go Green – The Era of sustainability”, 57% dos participantes da nossa pesquisa na região demonstram preocupação com a poluição da água, 62%, com sua escassez e 85% afirmam que mudariam seus hábitos de consumo para reduzir o impacto no meio ambiente. A geração Millennials é a mais comprometida com as mudanças: 45% declaram que os mudaria definitivamente (vs. 30% global), 40%, provavelmente (vs. 43% global) e apenas 12% afirmam que não mudariam nada (vs. 21% global).
Os consumidores de produtos sustentáveis possuem, em sua maioria, um perfil urbano e vivem em cidades prósperas, em famílias menores e com crianças abaixo de 6 anos de idade. São bem instruídos (declaram conhecer os problemas ambientais e saber como diminuí-los), possuem renda acima de $100 mil/ano e formam o modelo de família start-up (novas e jovens famílias, conscientes das questões ambientais e dispostas a preservá-lo) . Para atrair esse novo público, a indústria de marketing tem investido fortemente em publicidade social, saltando de $120M em 1990 para $2B em 2016, um crescimento 1567%.
Aos poucos, as companhias adaptam-se ao novo contexto e buscam atuar de maneira mais sustentável. Algumas marcas estão incentivando os consumidores a reutilizar ou reciclar as embalagens, e outras, lançando produtos que reduzem o consumo de água e energia elétrica. Além disso, muitas delas têm promovido ações que visam a redução da pobreza, erradicação da fome, saúde e bem-estar, qualidade educacional e equidade de gênero. Em contrapartida, os benefícios recebidos por elas estão relacionados à melhora na imagem corporativa, fortalecimento das relações com os grupos de interesse, redução de custos e atração de novos talentos.
Para o sucesso da inclusão sustentável nos negócios, o processo deve percorrer e integrar todos os setores da companhia de forma autêntica e transparente, desde marketing e publicidade, supply chain, até abastecimento e recursos humanos.
Uma legislação sustentável destinada à promoção de questões ambientais garantirá impacto nas economias mundiais e, dessa forma, influenciará as práticas de produção e distribuição. Por esse motivo, alguns governos na América Latina estão começando a implementar certas iniciativas na região. No Brasil, as empresas compensam financeiramente pelo impacto gerado por seus projetos e os estados utilizam esses fundos para investir em projetos de conservação. O México recompensa comunidades e propriedades rurais pela preservação de suas florestas e bacias hidrográficas. A Costa Rica faz arrecadação de impostos sobre o consumo de água e gasolina e a quantia arrecadada é destinada aos proprietários de florestas pelo fornecimento de serviços ambientais.