Em 2020, empresa de cosméticos cresce 842% em vendas online
A Dermatus, fundada em 1978, passou para as mãos de novos sócios, que investiram no ambiente digital mesmo antes da pandemia; empresa fechou o ano com faturamento de R$ 5 milhões
Fundada em 1978 pela farmacêutica Eliane Brenner, a Dermatus se consolidou no mercado brasileiro com a manipulação de dermocosméticos — usados para cuidados com a pele. Desde 2019, a empresa está nas mãos de novos sócios, que investiram em uma experiência mais digital, fazendo com que as vendas pelo e-commerce crescessem 842% em 2020, ajudando no faturamento anual de R$ 5 milhões.
Uma das novas sócias é Claudia Souza, que tem uma empresa de farmácia de manipulação, chamada Officilab, há 33 anos, no Rio de Janeiro. “Nossa expertise era mais no uso oral, e sempre foi um grande sonho entrar na dermatologia”, diz Souza. Quando soube que Eliane estava disponível para conversar sobre a Dermatus, ela e os sócios fizeram um acordo para incorporar a empresa. “Acreditamos que seria uma oportunidade de juntar negócios que têm o mesmo DNA de qualidade e inovação.”
Quando assumiram a Dermatus, encontraram desafios. Souza usou seu primeiro ano de trabalho para organizar a empresa. “Fizemos uma mudança de plataforma, que agregou muito valor, e investimos em divulgação no ambiente virtual.”
Também cancelaram o contrato com a empresa terceirizada que produzia o seu conteúdo digital, e formaram uma equipe interna para realizar o trabalho. O custo ficou cerca de 18% maior, mas a agilidade no processo facilitou a comunicação com os clientes nas redes.
Finalmente, quando estavam prontos para crescer, veio a pandemia. Por ser do setor de farmácia, a empresa continuou trabalhando, mas os três pontos de venda físicos (localizados no Rio de Janeiro) tiveram grande perda no movimento. Isso também porque as consultas haviam diminuído e o carro-chefe da empresa é a manipulação com base em receitas médicas.
O que ajudou a Dermatus foi justamente o investimento no online que havia sido realizado no ano anterior, com parceria e vendas também em marketplaces, como Americanas e Magalu.
Outro fator que ajudou no crescimento da empresa, de acordo com Souza, é que as pessoas passaram a se cuidar mais. Além disso, o aumento do dólar e do euro fez com que os cosméticos internacionais ficassem mais caros. “Muita gente costumava comprar dermocosméticos quando viajava para o exterior, mas as viagens foram canceladas. E quem deixou de viajar, teve mais dinheiro para consumir nossos produtos.”
Ainda assim, a empresa encontrou desafios no ambiente online, já que seu público-alvo costumava ser de pessoas mais idosas. “Na migração para o virtual, atingimos os mais novos pela maior intimidade com o digital. Como consequência, vimos uma mudança no nicho de produtos vendidos”, diz Souza. Por exemplo, ela cita que houve um aumento nas vendas de cosméticos de fotoproteção para luz azul (a de telas, como o celular), e também para acne. Souza diz que a empresa ainda está trabalhando em estratégias para ter uma comunicação mais efetiva com o público jovem.
Apesar do grande aumento nas vendas online, a Dermatus cresceu 10% no ano passado — já que as vendas presenciais tiveram uma grande queda. Para 2021, a empresa planeja fazer um rebrand, com novas embalagens, e continuar apostando na experiência digital, com cosméticos customizados para diferentes peles.
Fonte: PEGN 24.03.2021