Pesquisas identificam novos alvos no microbioma da pele para tratamento da acne

Sequenciamento genético da C.acnes favoreceu desenvolver tecnologia para enfraquecer seletivamente as cepas acneicas
Por Estela Mendonça
Há mais de uma década, muitos estudos sobre o microbioma da pele vêm sendo publicados, mas foi em meados da década passada que o tema ganhou força e as empresas de pesquisas de mercado e tendências, como WGSN, Mintel, Euromonitor, Factor-Kline e Beautystreams, começaram a apontar a iminência do boom de produtos com foco no equilíbrio da população de microrganismos que habitam a superfície da pele para auxiliar na solução dos seus principais problemas, como ressecamento, dermatite, inflamação e acne, que passaram a ser atribuídos ao estado de disbiose entre bactérias protetoras e agressoras.
Somente entre 2018 e 2019, as menções a “microbioma” em lançamentos globais de cuidados com a pele aumentaram 130%, segundo a WGSN. Inicialmente, surgiram os produtos com o apelo microbiome-friendly, que focavam em preservar a microbiota saudável, evitando seu desequilíbrio e os consequentes problemas.
Os lançamentos se sucederam com novos modos de ação, como os ingredientes prebióticos, que alimentam microrganismos benéficos, fortalecendo sua proliferação para combater a quantidade de microrganismos indesejados. Também surgiram os simbióticos, que contêm prebióticos e microrganismos liofilizados encapsulados, e os posbióticos, com partes de determinadas bactérias, como é o caso dos lisados que, embora inertes, estimulam as respostas do organismo ao serem liberados na pele.
Especificamente no caso da acne, que lidera o ranking das queixas dos brasileiros nos consultórios dermatológicos, alguns ativos foram lançados nos últimos anos, tendo como alvo controlar a superprodução da Cutibacterium acnes, uma das bactérias predominantes no microbioma da pele e que desempenha um papel importante para mantê-la saudável, mas que possui algumas cepas associadas à superprodução de sebo e à acne.
acnebiome™
As novas pesquisas para o tratamento da acne com base no microbioma, entretanto, estão começando a adotar uma nova abordagem, a partir do sequenciamento genético da C. acnes, para identificar quais as cepas efetivamente podem desencadear a acne.
Estudos científicos recentes mostram que não há diferença estatisticamente significativa na quantidade relativa de C.acnes na comparação entre pessoas com acne e as que não apresentam esse distúrbio na pele. As pesquisas vêm mostrando, entretanto, que a acne é predominantemente induzida por uma disbiose entre a distribuição dos diferentes filótipos e ribótipos de C.acnes.

Hoda Nahas, gerente de vendas para a América Latina da Lucas Meyer
Partindo dessas pesquisas, a Lucas Meyer deu início a buscar uma forma de interceder seletivamente nessa população invisível, criando, inclusive, uma denominação patenteada para o genoma C. acnes, o acnebiome™. “Diminuir a quantidade de C. acnes não é mais a chave para tratar a acne, mas reequilibrar sua distribuição entre as cepas acneicas e não acneicas”, afirma a farmacêutica Hoda Nahas, gerente de vendas para a América Latina da Lucas Meyer, que explica que as novas pesquisas buscam formas de intervir na disbiose para recuperar a homeostase Acnebiome™ e reduzir a acne.
As pesquisas da Lucas Meyer levaram ao desenvolvimento Dendriclear™, um dendrímero patenteado de aminoácidos de lisina, que oferece um mecanismo de ação inovador, ao reequilibrar o acnebiome™ para reduzir o aparecimento de acne. O termo dendrímero se origina da palavra grega dendron, que se traduz como “árvore”, remetendo à sua estrutura geral. “A estrutura única do dendrímero de Dendriclear é feita de aminoácidos de lisina obtidos através de química verde para responder à nossa estratégia sustentável”, afirma Hoda.

Estrutura geral dos dendrímeros
Reequilibrando o acnebiome™

Dendriclear™ reequilibra o acnebiome™ para uma pele saudável
Com um modo de ação inovador, Hoda explica que o Dendriclear™ enfraquece, de forma seletiva, cepas acneicas da C.acnes, ao aumentar a fluidez da membrana e diminuir seu biofilme, favorecendo o crescimento de cepas não acneicas. Além disso, reduz a agressão bacteriana, inibindo a expressão da proteína TLR-2 e diminuindo os níveis das citocinas IL-8 e IL-1α, que são mediadores inflamatórios.
“Ao desestabilizar cepas acneicas da C. acnes, a agressão bacteriana é reduzida, a resposta inflamatória induzida pela pele é diminuída e a hiperqueratinização é limitada”, descreve Hoda, acrescentando que sua eficácia foi comprovada em testes in vitro, ex vivo, clínicos in vivo e com consumidores, demonstrando redução de até 57% dos cravos e de até 100% das lesões inflamatórias. “Clinicamente comprovada, a distribuição dos filótipos e ribótipos acnebiome™ é reequilibrada e a produção de sebo é inibida, reduzindo suavemente a inflamação e o aparecimento da acne, em favor de um perfil mais saudável”.

Estudo clínico: avaliação das manchas e lesões da acne antes e depois do uso de Dendriclear™