A DSM conduziu diversos estudos para entender o universo das peles negras e contou com as consumidoras pretas e pardas pesquisadas para cocriar uma linha específica de cosméticos para elas.
Dos 214 milhões de brasileiros, 56% se declaram pretos ou pardos, segundo dados do IBGE de 2020. Em relação à renda, 38% das pessoas pobres e 9,8% das extremamente pobres são mulheres pretas e pardas. Apesar disso, pesquisa do Instituto Locomotiva, ao cruzar os dados de renda e consumo, concluiu que as mulheres negras movimentam aproximadamente R$ 704 bilhões por ano, o equivalente a 16% do consumo nacional.
Estudos realizados nos últimos anos têm mostrado que há um gap de representatividade e demanda em relação a essa parcela da população brasileira. Pensando nisso, a DSMfez uma seleção robusta de 106 mulheres negras, de 18 a 44 anos, para participarem de um painel online e responderem algumas perguntas sobre suas rotinas de cuidados pessoais. A pesquisa revelou que, embora 41% não se sintam representadas pela mídia brasileira, mais da metade (53,77%) percebe que melhorou consideravelmente a diversidade étnica na mídia.
Maior diversidade
Em relação aos produtos de cuidados pessoais, 39,62% disseram ver com frequência pessoas negras nas propagandas dos produtos que costumam comprar e 42,45% relataram que às vezes viam, reflexo da expansão das marcas e produtos para cabelos. Entretanto, a pesquisa também questionou sobre o que as marcas deveriam fazer para as mulheres negras se sentirem mais representadas. Maior diversidade foi a resposta mais citada (50%), seguida de maior portfólio de produtos (19,81%), o que abre espaço para a criação de mais linhas e produtos para esse público.
Ainda na pesquisa da DSM, 65,09% disseram que os produtos de maquiagem são os mais difíceis de identificar como ideais para sua pele, seguidos dos produtos de tratamento facial (12,26%) e protetor solar (9,43%), e 79,41% relataram que é muito relevante o cuidado com a pele para seu bem-estar. O dado mais surpreendente, entretanto, é que 96,08% das mulheres pretas e pardas gostariam de ver mais produtos exclusivos para sua cor de pele.
Quanto aos principais desconfortos de pele enfrentados, a acne foi citada por quase metade das participantes da pesquisa (48,4%), 46,08% apontaram as olheiras e 38,24% disseram ser a oleosidade. No momento da compra, as maiores frustrações relatadas foram: a incerteza se é o melhor produto (48,04%), produto não cumpre o prometido (25,49%) e valor excessivo (13,73%).
Joatan Sousa, gerente de marketing da DSM Personal Care Latam
Projeto Peles Negras
Joatan Sousa, gerente de marketing da DSM Personal Care Latam, conta que a pesquisa foi uma das ferramentas utilizadas pela empresa para dar forma ao Projeto Peles Negras, que inclui várias ações de compartilhamento de informações científicas e de mercado com os fabricantes do setor e o desenvolvimento de uma linha de protótipos de cuidados com a pele específicos para as necessidades da pele negra.
O objetivo do projeto, segundo Joatan, é fomentar a representação de raça/etnia na categoria de cuidados com a pele e ampliar espaço em mercados ainda não tão explorados como deveriam ser. “Embora o segmento de cuidados com os cabelos esteja mais avançado em relação a esse foco em mulheres negras, o segmento de cuidados da pele, já iniciado por algumas empresas, ainda está engatinhando no Brasil”, avalia.
Largada do projeto
O projeto Peles Negras foi pré-lançado em primeira mão no Summit Beleza Antirracista, evento online gratuito promovido pela Associação Brasileira de Cosmetologia e Orolab, para auxiliar as empresas do mercado beleza “a compreenderem o antirracismo como um dos principais vetores de diferenciação e competitividade do setor, dentro de um ambiente orientado para traduzir teoria em resultado de forma aplicável ao dia a dia do mercado”, definem os organizadores.
Com a palestra “Por dentro da beleza da pele negra: entendendo as principais necessidades desse mercado”, Bianca Sizzi, coordenadora de marketing, e Julia Batista, analista de inovação e ciências aplicadas, destacaram as principais revelações da pesquisa da DSM, detalharam as peculiaridades da pele negra e apresentaram algumas soluções da DSM para o projeto.
Julia explica que, embora o número de melanócitos seja o mesmo em todas as pessoas, as peles negras produzem mais melanina, que é distribuída nas camadas superiores, o que as torna mais resistentes aos danos induzidos por UV e ao DNA na epiderme inferior e colágeno na derme, o que ajuda a retardar o envelhecimento, mas também apresenta outras fragilidades que podem impactar na saúde e beleza da pele.
Julia Batista, analista de inovação e ciências aplicadas
“A maioria dos distúrbios observados na pele negra é de origem pigmentar, devido ao alto risco de hiperpigmentação pós-inflamatória, que pode ser mais duradora e mais complicada de tratar”, pontua.
Um aspecto apontado por Julia, é que a barreira cutânea das peles mais escuras também tem menor teor de ceramidas, moléculas lipídicas encontradas naturalmente na pele e cabelos que ajudam a manter a pele hidratada e a proteger do envelhecimento. “Isso as torna, por exemplo, mais suscetíveis a irritações induzidas por sabão ou à disfunção de barreira, quando comparada às brancas”.
Outra peculiaridade importante, segundo Julia, é o tamanho maior das glândulas sebáceas e a maior produção de sebo. “Esses aspectos pode levar a um círculo vicioso em que a maior produção de sebo favorece a acne, inflamação e hiperpigmentação”.
Parceria dermatológica
Para ampliar ainda mais os conhecimentos sobre o tema, a DSM convidou a Dra. Jaci Santana, dermatologista parte do conselho da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membra da sociedade internacional Skin Color Society, com o propósito de debater e disseminar informações de excelência sobre dermatologia e peles de cor.
Dra. Jaci irá compartilhar conteúdos para o projeto da DSM sobre os aspectos da fisiologia e principais necessidades da pele negra, cujos dados serão apresentados aos profissionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação do mercado.
De acordo com Joatan, o Projeto Peles Negras seguirá nos próximos meses, ampliando o número de iniciativas no Brasil e na América Latina para potencializar seu alcance e sua missão. “A DSM tem como parte dos seus valores a diversidade em todas as suas frentes e sentimos que era necessário ampliar a discussão junto ao mercado da representatividade negra em skin care com esse projeto. Nos próximos meses seguiremos compartilhando todo o conhecimento levantado nas pesquisas feitas no Brasil com mulheres negras e também replicá-las em outros países da América Latina”.
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