Fragrâncias esportivas: nicho pouco explorado na perfumaria
Reestreio hoje no universo da perfumaria, como colunista deste portal de inovação e novidades cosméticas. Em homenagem aos atletas brasileiros que representaram nossa nação nas Olimpíadas Rio 2016 e a todos aqueles que nos representarão nos Jogos Paralímpicos, que têm início em setembro, falarei sobre as fragrâncias esportivas. Será que elas funcionam para dar aquele up na prática de atividades físicas?
De acordo com Renata Ashcar, especialista em perfumes, autora do livro Brasilessencia: A cultura do perfume, a resposta é sim. “As fragrâncias na versão Sport são bastante refrescantes e certamente ajudam a dar um pique nas atividades físicas”, afirma. Segundo ela, a maioria dos perfumes nesta categoria é da família dos Aromáticos, que misturam ervas como alecrim, lavanda, sálvia com notas cítricas como a bergamota, grapefruit e limão. Há também os que juntam os aromáticos com madeiras de sândalo, cedro e vetiver que têm propriedades energizantes para dar um super up na prática esportiva.
Apesar de ser uma versão Sport, a recomendação é não usar perfume e se expor ao sol, devido ao álcool contido na formulação que pode causar manchas e alergias. A fragrância também se harmoniza com o cheiro de suor e acaba potencializando o perfume. Por isso, é preciso ter cuidado com as concentrações.
“As versões mais comuns para essa linha são as deo-colonias com concentração que varia de 8% a 12% e splashes ou águas em torno de 5%”, explica Renata Ashcar. “É só para refrescar e dar a sensação de limpeza e frescor, sem deixar rastro”.
Nicho de mercado – Este parece ser um bom nicho de mercado. Segundo dados do Sebrae, de 2007 a 2012, houve um crescimento no Brasil de 133% no número de micro e pequenas empresas que investiram no setor, saltando de 9,3 mil para 21,7 mil empresas estabelecidas. Em Minas Gerais, por exemplo, um levantamento do Conselho Regional de Educação Física (Cref-MG) aponta que o número de academias cresceu 153%.
De acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association – IHSRA – aproximadamente 15 milhões de latino-americanos são membros de uma academia. O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial de academias, com 23.400 unidades em funcionamento.
Para as marcas que desejam ingressar nesse segmento, Alessandra Tucci, especialista em Fragrâncias e diretora executiva da Perfumaria Paralela, recomenda: “definam um posicionamento próprio, sua razão de ser, seus propósitos e identidade”. “Esta abordagem única e individual vai gerar mais criatividade ampliando a diversidade olfativa e conceitual no mercado de perfumaria”, explica.
Segundo ela, no seu dia a dia de negócios, o desafio é buscar soluções únicas para as marcas, por meio do potencial criativo que a perfumaria brasileira ainda pode desenvolver, seja em novos conceitos de perfumes, novos estilos olfativos ou até mesmo em novas abordagens para falar, promover e vender perfumes.
“As fragrâncias esportivas refletem um estilo de vida, um jeito de ser ou um momento, uma face do cotidiano”, diz Alessandra Tucci. “Este estilo de vida ou o momento da prática esportiva pode ser traduzido em determinados estilos olfativos, geralmente são fragrâncias inicialmente mais frescas, leves e energéticas, podendo evoluir para estruturas mais amadeiradas, confortáveis ou até mesmo mais quentes e marcantes, dependendo da marca e do conceito do produto”.
A versão sport parece ter mais aderência ao público masculino. Sobre este aspecto, a especialista comenta: “as marcas têm o desafio de traduzirem o estilo esportivo feminino sem cair nos estereótipos masculinos, encontrando um território próprio, autoral”. “Aliás, a abordagem sobre gêneros na perfumaria precisa ser revista com mais ousadia e criatividade”, conclui.
E aí? Vai ficar de fora?