Com previsão de faturamento de R$ 260 milhões em 2024, empresa aposta em novos canais de venda e internacionalização para acelerar o crescimento

O mercado global de cosméticos premium deve crescer quase 10% entre 2024 e 2028, chegando a US$ 66,99 bilhões, de acordo com a consultoria Technavio. Nessa toada, algumas marcas preparam seus planos de expansão.

É o caso da Braé — com cosméticos de alta performance para cabelos, que está presente em mais de 25 mil salões de beleza em todo o Brasil —, que vem trabalhando para ganhar visibilidade, alcançar mais clientes e democratizar o acesso aos produtos. Inicialmente voltada para o mercado B2B, a empresa abriu as vendas para o consumidor no fim de 2019 e, atualmente, está presente em mais de cinco mil estabelecimentos, além de contar com quiosques em shoppings e um e-commerce próprio.

Mas o plano é ir além. Até o fim deste ano, a meta é chegar a quatro mil farmácias, aumentar o número de quiosques e finalizar a abertura da primeira loja física no Rio de Janeiro. O plano possibilitará um salto no faturamento da empresa, que tem a perspectiva de alcançar R$ 260 milhões, um aumento de 30% em comparação a 2023, quando registrou R$ 200 milhões.

Um dos movimentos foi a criação de uma linha mais acessível de produtos, a Braé Stages, em abril deste ano. Segundo Renato Antunes, fundador e CEO da Braé, a ideia surgiu de um olhar atento às demandas das pessoas. “Percebemos que, quando fazíamos uma campanha de desconto mais agressiva no e-commerce, as vendas dobravam. Havia um consumidor para explorar”, comenta.

Base sólida para expandir

Para estruturar o plano de crescimento, a companhia contou com o apoio de uma consultoria internacional e compôs um Conselho de Administração com quatro profissionais, além de Antunes. “São pessoas extremamente experientes nesse mercado que trazem visões diferentes, tendências e apoiam as decisões”, conta o executivo.

Segundo ele, a estratégia está ancorada em quatro pilares. O primeiro é a capilaridade, ou seja, reforçar a atuação da marca em todos os estados do Brasil. “Em torno de 55% das nossas vendas estão em São Paulo. Isso mostra que ainda há muito espaço para explorar”, afirma. O segundo é a profissionalização da atuação em outros países. Atualmente, a marca exporta para 12 regiões, como Estados Unidos, Inglaterra e Rússia, e o próximo passo é ter um diretor comercial e de marketing fixo em cada uma delas para auxiliar nas vendas.

A abertura de lojas físicas, com a possibilidade de iniciar o modelo de franquia, e a entrada em novas categorias de beleza, como maquiagem e perfume, são os outros dois pilares. “A ideia é consolidar a empresa como uma marca de lifestyle premium que vende cosméticos de alta performance e atende a todas as necessidades dos clientes”, adianta Antunes.

Para isso, o foco está em novas fórmulas. “Temos uma área interna para pensar e estudar produtos, e estamos sempre de olho em tendências. Recentemente, por exemplo, um de nossos líderes esteve nos Estados Unidos com vários cientistas e pesquisadores”, diz.

A empresa conta com uma biblioteca de fórmulas, já testadas e homologadas, para possíveis lançamentos nos próximos 24 meses. “Temos, pelo menos, cem produtos que podem ir para o mercado”, garante.

Como parte da estratégia para acelerar as quatro vias de crescimento, o executivo relata que já está em contato com possíveis investidores. E, ao que tudo indica, um acordo deve sair ainda este ano.

Fonte: Valor 23.08.2024