Amazon inaugura CDP e começa a vender com estoque próprio
A Amazon começou, nesta terça-feira (22), a vender produtos do estoque próprio em seu site brasileiro – até então, a empresa trabalhava majoritariamente com marketplace. Além do departamento de livros, a gigante do e-commerce vai entrar de cabeça em outras 11 categorias, incluindo cosméticos, eletrônicos, papelaria e decoração.
Ao todo, são 120 mil produtos que ganharão o selo “vendido e enviado pela Amazon”, além dos 200 mil livros já comercializados fora do marketplace. Para trazer todos esses itens, foram necessárias parcerias com cerca de 800 fornecedores – incluindo importadoras.
Agora, a empresa passa a competir de uma vez por todas com sites como Submarino, Americanas.com, Ponto Frio e Magazine Luiza, que também utilizam esse sistema híbrido.
Concorrência interna?
Apesar de, na prática, tornar-se um concorrente de outros lojistas dentro do próprio marketplace, a Amazon promete não canibalizar os varejistas parceiros. “Acho que os vendedores vão ficar muito felizes com esse lançamento”, afirmou Daniel Mazini, diretor de Varejo da Amazon no Brasil.
Segundo ele, a experiência obtida com a categoria de livros – cujo modelo também engloba marketplace e estoque próprio – mostrou que é possível à Amazon conviver em harmonia com os varejistas.
“Uma vez que se oferece experiência melhor ao cliente, você traz mais consumidores à loja. Os vendedores verão tráfego crescendo, melhoria nas vendas. No mundo inteiro, 50% das unidades são entregues por varejistas [parceiros]”, disse.
Questionado se a novidade não poderia criar atrito com os sellers, Mazini foi enfático. “[Ter estoque próprio] Não significa tirar foco nenhum do marketplace, que é importante para a gente”, defendeu.
Além do anúncio da operação própria, o e-commerce lançou novas quatro categorias: Bebê, Beleza, Cuidados Pessoais e Brinquedos. Todas estão abertas para lojistas.
Depois de meses de especulação, a Amazon finalmente confirmou o seu novo centro de distribuição na cidade de Cajamar, interior de São Paulo. O espaço tem 47 mil metros quadrados e possui tecnologia toda baseada nos padrões americanos.
Lá, o processo de pickandpack ocorre de forma diferente do modelo normalmente implantado por empresas. A organização dos corredores, que costuma ser feita por setor ou tipo de produto, é aleatória no CD da Amazon. “Sabemos que a compra do consumidor é aleatória [também]”, justificou Daniel Mazini.
A partir daí, cabe ao sistema da própria multinacional identificar os pedidos, onde cada item está armazenado e traçar a rota mais rápida para funcionários montarem os pacotes.
O novo prédio, que já está em funcionamento, foi o primeiro passo para oferecer alguns serviços logísticos parecidos com os praticados nos Estados Unidos. A velocidade de entrega é um deles.
Já o menu de fretes varia de entrega simples até a entrega agendada, passando pela expressa – internautas das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba recebem suas compras em até dois dias.
O serviço será prestado por transportadoras como Correios, Total Express, Sequoia e Loggi.
“Sempre buscamos ampliar esse leque [de empresas]. Se amanhã de manhã virmos que as pessoas estão comprando mais de um lugar ‘x’, vamos rever a nossa malha transportadora para aprimorar”, afirmou Mazini. “Não adianta falar que vai entregar em dois dias e não cumprir.”
A gigante do e-commerce também instituiu uma política de frete grátis. Compras a partir de R$ 149 para produtos vendidos e entregues pela Amazon não terão cobrança de entrega para nenhum estado.
Fonte: E-Commerce Brasil