Beauty Fair 2022 destaca o potencial de crescimento dos cosméticos naturais
Projeto inédito visa aproximar o segmento da indústria varejista para ampliar e democratizar o consumo no País
O comportamento do consumidor vem mudando aceleradamente, e a escolha por produtos que considerem o respeito ao planeta em toda a cadeia de produção tem ganhado cada vez mais espaço.
Um estudo realizado em 2021 pela Toluna, empresa especialista em insights de mercado, confirma essa tendência ao revelar que, para 92% dos consumidores brasileiros, a sustentabilidade influencia sua decisão de compra.
No segmento de beleza, especificamente, esse comportamento vem ganhando grande relevância. O relatório do British Beauty Council aponta que o mercado global de beleza natural deve atingir 17 bilhões de libras em 2024 (cerca de R$ 127 bilhões).
“Essa é uma tendência sem volta. Na Europa, principalmente, a categoria de cosméticos naturais avança de forma significativa e intensa, puxada pelas exigências de um consumidor mais consciente. No Brasil, há um grande mercado a explorar, mas ainda teremos a pressão dos custos e o desafio de democratizar o acesso a esses produtos, disponibilizá-los em pontos de venda de consumo massivo. Por isso, durante a Beauty Fair 2022, vamos lançar um projeto de incentivo às marcas de cosméticos naturais”, diz Cesar Tsukuda, diretor-geral da Beauty Fair 2022 – Feira Internacional de Beleza Profissional, que acontece de 3 a 6 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Estímulo aos cosméticos naturais
Tsukuda destaca que, do ponto de vista econômico, há um grande potencial para as marcas brasileiras se apropriarem do conceito do natural. “Precisamos fazer isso acontecer dentro de casa – fortalecer o trade, a indústria para esse tipo de segmento dos cosméticos –, para sermos uma referência mundial.” O executivo conta que, entre as principais iniciativas do projeto, está a internacionalização das marcas brasileiras de cosméticos naturais.
“Faremos rodadas de negócios com compradores internacionais e estamos empenhados em aproximar esse segmento da indústria varejista nacional. No Fórum de Varejo de Beleza, que acontece no dia 2 de setembro, reuniremos os executivos de 300 das principais lojas de cosméticos do Brasil, para mostrar os números sobre a categoria, o crescimento global e o comportamento do consumidor, e vamos apontar caminhos para melhorar a exploração dos cosméticos naturais no ponto de venda”, conta Tsukuda.
A estratégia está alinhada à pesquisa de mercado realizada pela Beauty Fair 2022, que apontou o canal de perfumaria como a preferência das consumidoras, tanto pela variedade de produtos como por oferecer melhor experiência de compra em beleza. O estudo revelou que 90% das consumidoras vão às perfumarias para conhecer lançamentos, sentir cheiro e textura, enquanto 79% experimentam produtos novos que não conheciam. “A indústria reconhece que o canal é o melhor para lançamento de novas categorias”, acrescenta o executivo.
Já para aumentar a percepção de valor dos cosméticos naturais, seis empresas brasileiras contarão com uma área de exposição exclusiva na Beauty Fair 2022: Ahoaloe, Bergamía, Arte dos Aromas, Amantik, Alva e BS&CO, onde os visitantes poderão conhecer mais sobre a performance dos produtos e fazer negócios.
Veganos X naturais
Trabalhar as diferenças nestes conceitos é outro desafio do setor, já que nem todo cosmético vegano é natural, e vice-versa. As empresas de cosméticos naturais possuem certificação Ecocert ou IBD. Além disso, 95% das matérias-primas usadas em seus produtos devem ser de origem natural (vegetal, animal ou mineral), enquanto os 5% restantes não podem conter ingredientes considerados proibidos. Na composição, não entram ingredientes como sulfatos, parabenos, óleos minerais. Já os veganos não contêm ingredientes de origem animal, não realizam testes em animais (os chamados cruelty free), mas podem levar componentes sintéticos em sua fórmula.
Fonte: Valor 02.09.2022