Cientista brasileira cria caneta capaz de diagnostica câncer de pele e ganha bolsa nos EUA
A brasileira Livia Eberlin, de 32 anos, que é cientista e vive nos Estados Unidos ficou surpresa com a oportunidade que ganhou Fundação MacArthur com a notícia de que era uma das 25 pessoas escolhidas para receber a prestigiosa bolsa da instituição este ano, conhecida informalmente por beneficiar gênios.
E não é para menos, a Fundação MacArthur é uma das maiores dos Estados Unidos, seleciona talentos que tenham se destacado “criativamente” em diferentes campos, das artes à computação. Os escolhidos pela MacArthur recebem US$ 625 mil ao longo de cinco anos, sem nenhuma exigência em contrapartida, para que possam continuar a desenvolver seus trabalhos com conforto e liberdade.
“O legal da MacArthur é que é de fato uma surpresa total para quem ganha. Eles são superdiscretos e não revelam quem fez as indicações para se chegar aos eleitos. A única coisa que me revelaram é que levam em consideração pelo menos 30 cartas de recomendação”, explica Livia.
O que influenciou para que a cientista fosse convocada foi sua pesquisa em um campo específico da espectrometria, usada para medir a massa das moléculas presentes numa determinada amostra. O grupo liderado por Livia tem se dedicado a investigar como a técnica pode ser utilizada para facilitar o diagnóstico de câncer de pele.
Ela e sua equipe desenvolveram a MasSpec Pen, aparelho no formato de uma caneta que permite identificar se o paciente tem câncer em apenas dez segundos. Hoje, uma análise padrão pode levar até duas horas para obeter o resultado definitivo.
“Se a espectrometria for feita em uma amostra bem complexa como um tecido humano, você adquire um espectro capaz de revelar a composição da amostra e a abundância dessas moléculas. Tecidos normais e tecidos cancerosos têm uma composição completamente diferente. Com a tecnologia que desenvolvemos, conseguimos analisar esses perfis em questão de segundos”, detalha Livia, que ressalta que a caneta está em fase de testes.
Lívia lembra que sua formação no Brasil a ajudou muito: “Minha formação no Brasil foi maravilhosa. Quando comecei o doutorado nos EUA me senti tão capacitada quanto os outros doutorandos”, diz a cientista, que aponta a falta de recursos como o grande abismo que separa a ciência americana em relação a outros países.
Fonte: Publica Brasil