Cosméticos Naturais: Entenda melhor essa tendência
Cosméticos naturais são uma tendência já bem consolidada no mercado europeu e que tem ganhado espaço em outros mercados de forma consistente. Consumidores demandam produtos naturais por diversos motivos, entre eles pela percepção de serem mais saudáveis e seguros ou por serem menos agressivos ao meio ambiente. Tal demanda tem sido reforçada por novas tendências comportamentais como a do consumo ético, e de estilo de vida saudável e consciente, apontadas pela Euromonitor entre as principais para 2018.
Porém, o uso de ingredientes naturais em formulações cosméticas não torna um produto sustentável ou mesmo seguro somente pela sua origem – produtos naturais podem ter composições complexas e impurezas, e a exploração irresponsável de ativos pode ter impactos negativos ao meio ambiente.
A indústria cosmética então passou a incorporar termos comumente usados para alimentos como claims, por exemplo vegano e orgânico. A simples definição desses termos é abrangente e não corresponde necessariamente à expectativa dos consumidores em relação aos produtos definidos como tal, nem garante a segurança do produto ou baixo impacto ambiental, que são os principais aspectos que levam à busca de tais claims.
Principais definições
Vegano: relativo ao veganismo, à ideologia que defende a não utilização de produtos de origem animal ou se opõe a qualquer atividade em que haja exploração animal – seria então permitido o uso de materiais sintéticos?
Natural: produzido pela natureza ou de acordo com suas leis – seria então permitido o uso de ingredientes de origem animal?
Orgânico: que não tem adição de produtos químicos (insumos, fertilizantes etc.); processado naturalmente; desenvolvido por meios naturais – seria então permitido o uso de material extraídos na natureza de forma não sustentável?
As certificações de cosméticos naturais e orgânicos existentes adaptam os conceitos acima para a indústria cosmética, definindo critérios específicos e permitem o desenvolvimento responsável de produtos que efetivamente atendem à demanda por cosméticos naturais.
As principais certificações e diretrizes seguidas pela indústria cosmética são:
Ecocert
Órgão certificador para desenvolvimento sustentável, de origem francesa. Foi o pioneiro na definição de padrões para cosméticos naturais e orgânicos.
COSMOS
Selo de certificação para cosméticos naturais e orgânicos, criado por uma associação para harmonizar as normas de 5 países europeus. Suas diretrizes incluem respeito aos princípios da química verde, avaliação de embalagens, tratamento de resíduos, não uso de organismos geneticamente modificados, abrangendo toda a cadeia de produção e suprimento.
ISO 16128
Diferente dos anteriores, oferece diretrizes, mas não uma certificação. É a mais recente tentativa de harmonizar mundialmente as definições e requisitos para cosméticos naturais, porém tem sido alvo de controvérsias por não ter o mesmo rigor de certificações anteriores.
Tais certificações permitem ao consumidor entender as diferenças de produtos existentes no mercado e fazer escolhas mais conscientes. Apesar de ser uma tendência recorrente, apresenta conceitos complicados e que geram muita desinformação. Natural por si só não é sinônimo de sustentável ou seguro. As certificações são importantes como forma de garantia aos consumidores. É responsabilidade da indústria cosmética promover clareza e transparência sobre seus produtos, para que a essa crescente tendência entregue efetivamente aquilo que buscam os consumidores: cosméticos mais seguros e eficazes que embelezem o corpo e o planeta.