Não há futuro sem inovação
“Se você inovar frequentemente terá muitos fracassos, mas se você não inovar, sairá do mapa. Então, você não tem escolhas”. Philip Kotler, com seus mais de 80 anos, continua sendo o grande nome do Marketing. Coloca de forma clara a importância da inovação no dia a dia das empresas.
Inovação tem sido a palavra de ordem das corporações, mas poucas conseguem ser realmente inovadoras. A busca pelo novo requer mudanças importantes na cultura dos profissionais e principalmente, das empresas. Não basta fazer pesquisa, olhar os números do mercado, monitorar a concorrência. Isto todo mundo faz, inclusive com os mesmos institutos e o mesmo público alvo, portanto chegam ao mesmo resultado.
Vejo muitos gestores contratando pessoas “criativas” para compor suas equipes e acham que ter ideias novas é a solução. Mas inovar é um conceito bem mais amplo.
Vale ressaltar que uma organização repleta de pessoas criativas não é necessariamente uma organização inovadora. Uma ideia só é inovação quando ela sair do papel. Enquanto ela for apenas uma ideia, ela não é nada, não é de ninguém. Portanto, as empresas precisam de diversidade de perfis de colaboradores para desenvolver um produto ou serviço inovador.
Não existe uma receita de bolo, mas podemos nos inspirar nas empresas inovadoras do mercado. O que elas têm de diferente das outras?
Em primeiro lugar, elas têm um propósito, elas “vendem” aos seus clientes um conceito e o produto ou serviços são o meio e não o fim.
Depois proporcionam um ambiente propício. Sentado em frente ao computador, na internet ou numa planilha Excel, ninguém chega a algo realmente novo. Sair do “rolo compressor” do cotidiano e ir até o consumidor é fundamental. Mas não digo ir até ele apenas no seu momento de compra, ir também onde ele se diverte, trabalha. É fundamental conhecer a sua essência. Quais são seus sonhos? O que ele pensa da vida?
Importante ampliar o conhecimento, ir além das ferramentas de marketing disponíveis. Será muito mais fácil pensar em produtos ou serviços para ele.
Mas muitas empresas têm pessoas criativas que possuem ambientes propícios, mas que também não conseguem êxito. Isto se deve a falta de um profissional fundamental no processo, o gestor de inovação.
O gestor de inovação está entre as profissões destacadas na pesquisa “Carreiras do Futuro” (FIA). Ele tem a capacidade de transformar as ideias em negócio, consegue articular todas as áreas da empresa para “fazer acontecer”. Sem ele, não existe projeto, existe apenas uma boa ideia.
Todo processo de inovação envolve algum risco, demanda tempo, é feito de escolhas e a partir de hipóteses. Se a empresa não tiver um gestor à frente destas etapas, não tem como uma ideia ir para frente. As pessoas têm a tendência de manter-se em suas zonas de conforto, sempre surge aquela uma frase destruidora: “a ideia é boa, mas” ou “nós nunca fizemos isso antes”.
O gestor de inovação deve conhecer bem os processos da empresa e tem que buscar implementar novos negócios, mas também pode melhorar processos, diminuir custos, entre outras necessidades dentro de uma organização. É sua responsabilidade gerenciar as áreas de desenvolvimento, produção, enfim, todas as áreas de apoio ao projeto.
O processo de inovação depende de muitos aspectos, e não ocorre sem a diversidade de pessoas e processos estruturados. Para ser inovador não basta ter uma ideia, é preciso ter condições de transforma-la em um negócio.
Renata Ortolani, coach e sócia da Consultoria Innoverso, o jeito diferente de olhar o consumidor.