O jogo virou, hoje o verdadeiro luxo não é algo que se compra.

É algo que se vive, se compartilha e, claro, se posta. Comprar já foi só clicar. Agora é sentir. Enquanto o digital vira padrão, o físico vira desejo. É sobre criar memórias, não apenas vender produtos. 

Enquanto muitas marcas ainda disputam espaço nas prateleiras, as gerações mais jovens, como a Geração Z está ocupada colecionando momentos. Experiências que contam histórias, geram conexão e rendem likes. Eles querem mais do que um batom, querem um universo que os envolva, surpreenda e transforme. E os números falam por si, de acordo com a Aktiva Creative Design Agency, 71% dos consumidores da Geração Z preferem gastar com experiências a investir em produtos físicos.  Essa geração não busca apenas consumir, busca pertencer. Marcas como por exemplo, Rhode Skin, Tiffany, Skims, Prada Beauty e Bodycult já entenderam o movimento: não vendem apenas um produto, vendem sensação, exclusividade, comunidade. 

E não para por aí, mais de 75% dos consumidores de beleza e cuidados pessoais da Geração Z afirmam que os valores e a narrativa da marca influenciam diretamente sua decisão de compra. Ou seja: se sua marca não tem propósito, não tem vez. Autenticidade, diversidade e impacto social deixaram de ser bônus e passaram a ser o básico. Os consumidores de hoje querem marcas que falem com eles, e não para eles. Que inspirem, mas também escutem. Que estejam onde eles estão: no digital, na cultura, em seus valores, na conversa.  

A tecnologia também entrou em cena. Mais de 58% dos consumidores da Geração Z preferem interações com realidade aumentada, provadores virtuais e experiências imersivas no ponto de venda. Hoje a jornada de compra começa no clique e termina no compartilhamento. De acordo com a ONU, a Geração Z representa 32% da população mundial — ou seja, cerca de 2,6 bilhões de pessoas. No Brasil, dados do IBGE mostram que eles correspondem a 20% da população, sendo que quase metade (48%) já está economicamente ativa. 

E quanto à fidelidade à marca? Apenas 22% da Geração Z se dizem fiéis a uma marca. Não é mais sobre repetir a compra, é sobre repetir a emoção. Programas de pontos? Já foram. O que fideliza agora são experiências exclusivas, acesso antecipado, recompensas personalizadas. E essa nova abordagem tem performance 2,5 vezes maior que os programas tradicionais. 

Então, a provocação é inevitável: sua marca está vendendo um produto ou oferecendo uma experiência?

Porque a Geração Z já fez sua escolha. Eles não querem apenas um nome estampado na embalagem — querem uma história para contar. Com trilha sonora, filtro, e um link direto para o story.

Nesse novo cenário, a experimentação se tornou o verdadeiro motor de engajamento, transformando profundamente a relação entre consumidor e marca no universo da beleza e dos cuidados pessoais. Vender um estilo de vida nunca foi exatamente uma ideia nova. Mas algo mudou. As marcas deixaram de apenas comunicar quem são para começar a criar experiências em que esse estilo de vida pode ser vivido na prática. Ambientes imersivos, ativações sensoriais, interações presenciais e digitais, tudo foi desenhado para despertar conexão emocional e participação ativa.  O produto é só o começo. O que realmente fideliza hoje é o que acontece ao redor dele. 

Aqui vai a dica estratégica. Esqueça o “compre agora”. Aposte no “viva isso”. Crie momentos que viralizam. O novo luxo não cabe em uma sacola. Cabe em uma vivência. Em um clique. Em um story. 

Por Elaine Gerchon, profissional com mais de 15 anos de experiência em estratégia, inteligência de mercado e desenvolvimento de negócios, com foco em setores como químicos e cuidados pessoais. Especialista em transformar dados em insights estratégicos, impulsionando decisões que fortalecem a competitividade e o crescimento sustentável. Com expertise em inteligência competitiva, tendências emergentes e comunicação estratégica, Elaine desenvolve soluções inovadoras para maximizar resultados e engajamento. Sua abordagem visa gerar resultados duradouros, acelerando inovação e crescimento no mercado da América do Sul.

Fonte: Aktiva Creative Design Agency; Vogue Business; Brand Insider; Cosmetic Desing Europe