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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.InternacionalOferta falsa de compra da Avon teria origem na Bulgária, afirma SEC

Oferta falsa de compra da Avon teria origem na Bulgária, afirma SEC

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Além da SEC, o FBI, a polícia federal dos EUA, também está investigando as origens da oferta de aquisição da Avon, dizem pessoas a par do assunto. Reuters

Um homem de 37 anos que mora na Bulgária foi o cérebro por trás de uma oferta de aquisição falsa que fez a cotação das ações da Avon disparar momentaneamente no dia 14 de maio, embora ele próprio só tenha lucrado US$ 5 mil, dizem reguladores americanos.

Numa ação judicial aberta na quinta-feira, a SEC, comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, alegou que Nedko Nedev usou uma empresa que a agência não acredita ser legítima, um provedor de internet em Londres e um cartório na Califórnia para ajudar a perpetrar o esquema.

A oferta de aquisição, que correspondia a um prêmio de 200% sobre o valor de mercado da Avon e foi registrada num sistema de divulgação de informações públicas da SEC chamado Edgar, aturdiu operadores e está levando a SEC a considerar mudanças no sistema, diz uma pessoa a par do assunto.

Segundo o processo aberto pela SEC, Nedev já manipulou ações de modo semelhante em duas ocasiões anteriores e durante um período de quatro anos.

A SEC processou uma entidade que se identifica como PTG Capital Partners Ltd. e o próprio Nedev, acusando-os, juntamente com outros, de ter “coordenado tentativas de manipular fraudulentamente” o preço das ações da Avon e de papéis do Tower Group International Ltd. e da Rocky Moutanin Chocolate Factory Inc. através de ofertas de compra e um comunicado de imprensa falsos.

Nedev teria supostamente usado uma conta de uma corretora que tinha investimentos nas três empresas e se valido de manipulações para vender suas posições a preços inflados, afirma a SEC.

Representantes de Nedev ou da PTG Capital não puderam ser identificados para comentar.

O FBI, polícia federal dos EUA, também está investigando as origens da oferta de aquisição da Avon, dizem pessoas a par do assunto.

No dia 14 de maio, embora a Avon tenha tratado a oferta como um trote e afirmado publicamente que não havia recebido nenhuma proposta, a notícia fez a ação da empresa americana de produtos de beleza disparar e provocou caos em corretoras que se sustentam apostando em aquisições e outros eventos envolvendo empresas.

Diante das suspeitas de fraude, a ação da Avon rapidamente caiu para um nível pouco acima do anterior, fechando o dia com alta de 6%, a US$ 7,07.

Nedev vendeu algumas posições vinculadas à cotação das ações da Avon cerca de 25 minutos após a divulgação da oferta falsa, ganhando US$ 4.879 que ele, de outra forma, não teria obtido, segundo o processo.

Uma porta-voz da Avon diz que a empresa continua colaborando com os reguladores no caso.

Nedev logrou níveis diferentes de sucesso nas duas tentativas anteriores.

Segundo a SEC, um ano antes da oferta falsa pela Avon, uma firma que se identificava como Euroins Insurance divulgou um comunicado de imprensa falso descrevendo uma oferta parecida pela Tower Group, o que provocou um salto de 32% nas ações da seguradora americana. Novamente cerca de 25 minutos após a divulgação do comunicado, Nedev vendeu 80 mil ações da Tower ao preço novo e lucrou US$ 23.368, afirmou a SEC. A agência acrescenta que o comunicado da Euroins mencionava um endereço em Sófia, capital da Bulgária, onde Nedev também supostamente mora.

Na sexta-feira, porém, um dia depois da divulgação do processo da SEC, a Euroins declarou que a oferta que fez no ano passado pela Tower Group foi verdadeira, acrescentando mais uma nuance a um caso já bastante estranho.

Numa entrevista por e-mail ao The Wall Street Journal, Kiril Boshov, presidente do conselho da Eurohold Bulgaria, controladora da Euroins, disse que a oferta era legítima e negou qualquer ligação com o operador acusado de ter lucrado ilegalmente com a proposta.

“A oferta de aquisição da Tower Group International pela Euroins Insurance Group foi submetida de acordo com toda a regulação [vigente]”, disse Boshov por e-mail.

A SEC não apontou a Euroins como ré no processo e não descreveu a empresa como sendo falsa, como fez com outras mencionadas na ação.

No caso da Avon, observadores do mercado associaram a oferta a outra recebida em 2012 pela Rocky Mountain Chocolate, uma pequena fabricante de doces com ações negociadas em bolsa.

A SEC alega que Nedev também estava por trás daquela oferta. O comunicado sobre a oferta, enviado após o fechamento do mercado, fez a ação subir 23% no pregão noturno. Mas a Rocky Mountain suspeitou do documento, o que levou as ações a caírem novamente quando os mercados abriram no dia seguinte. O processo da SEC afirma que Nedev não vendeu suas posições na empresa, “provavelmente porque o documento falso não causou uma alta suficiente no preço durante o horário regular do mercado”.

O documento da PTG Capital com a oferta pela Avon informava que a firma era registrada no Território Britânico do Oceano Índico, um pequeno arquipélago que fica a quase 4.200 quilômetros da costa leste da África e onde nenhuma empresa é registrada, detalhe que fez operadores suspeitarem da oferta.

No processo, a SEC afirma que “não há indicação de que a PTG Capital seja uma companhia legítima organizada por qualquer outra razão que não esquemas para manipular ações”.

É relativamente fácil criar uma conta no sistema Edgar, da SEC, e divulgar documentos falsos diretamente na seção de informações de uma empresa legítima. Observadores alertam, porém, que mudanças para evitar esquemas semelhantes ao da PTG poderia prejudicar usuários legítimos. “Você não quer uma cura que seja pior que a doença”, diz Tom Sporkin, ex-autoridade de fiscalização da SEC e hoje um advogado no escritório BuckleySandler LLP.

Na quinta-feira, um juiz federal dos EUA congelou duas contas ligadas à oferta falsa pela Avon, inclusive uma controlada por Nedev, informou a SEC. As contas, que segundo a SEC teriam US$ 2 milhões em ativos, foram congeladas por solicitação da agência.

“Essa ordem judicial de emergência não só impede que os supostos lucros ilícitos sejam transferidos para fora do país, como também preserva a capacidade da SEC de cobrar multas substanciais”, disse Andrew Ceresney, chefe da divisão de fiscalização da SEC.

A SEC acusou Nedev e outros réus de infringirem as leis contra fraude de valores mobiliários.

Fonte: Wall Street Journal

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