Onde chegar? A primeira regra do sucesso é a mais ignorada
Diga-me: quanto tempo você levará para chegar? (Pense um pouco antes de prosseguir). Pois é. Difícil responder a uma pergunta dessas, certo? Parece conversa de louco. Chegar aonde? A partir de onde? Ir como? Pasme. É nesta condição que grande parte dos profissionais no mercado, de forma geral, se encontra! Eles simplesmente não têm um plano traçado para as suas carreiras!
Quando jovens se jogam nas universidades, às vezes em cursos que nem são a primeira opção, alguns altamente motivados, outros imbuídos de satisfazer o desejo de pais e parentes. Depois, são sorteados para estágios e, distraidamente, iniciam suas carreiras em alguma empresa ou instituição. Flertam com seus sonhos, planejam algum curso de extensão e aprendem uma nova língua. O tempo passa e os agora profissionais passam a reagir à vida e ao mercado. É um voo meio às cegas, concorda? Uma realidade não limitada às empresas médias e pequenas.
Há alguns anos fui convidado para palestrar em um curso de MBA desenvolvido pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas, para uma grande corporação. Num fim de tarde de domingo chuvoso, falei para 35 executivos da empresa, que estavam no período de fechamento do curso. Todos exaustos. Tentavam acompanhar meu raciocínio em um assunto espinhoso: a semiótica. (De forma bem breve para não sair de nosso assunto, a semiótica é “o estudo dos fenômenos considerados como sistemas de significação, leva em conta os signos sob todas as formas e manifestações e que assumem diversos significados”).
Você está pensando certo: semiótica não é exatamente o melhor tema para uma palestra de fechamento de curso de MBA, em um domingo chuvoso, todos há dias longe de casa e da família. Portanto, antes que os presentes caíssem em tédio, provoquei uma discussão: “A Semiótica da Prosperidade”.
Inicialmente, fiz alguns questionamentos que foram respondidos com as mãos levantadas acima da cabeça. Perguntei: “quem, de todos os presentes, quer ser o presidente da corporação?” Duas pessoas, ao fundo, levantaram as mãos. Continuei, “quem tem a carreira planejada para os próximos 5 anos?” Mais uma vez, os dois profissionais, dos 35, levantaram as mãos. “Quem tem a carreira planejada para os próximos 2 anos?” Idem os dois, mais uns três dos presentes. “Quem trabalha muito? Mais de 8 horas por dia?” 95% dos presentes levantaram as mãos. E uma última pergunta: “quantos de vocês são honestos?” Bem, muitos ficaram bravos com a pergunta, então consideramos que todos ali tinham conduta ilibada. Pois bem.
Com as respostas frescas de todo o grupo, aprofundei: “quem acredita na fórmula que, sendo honesto, ético e trabalhando muito, intensamente, vai prosperar e ascender na profissão ou construir uma carreira próspera?” Praticamente todos responderam positivamente. Então, completei: “vocês estão redondamente enganados! Em primeiro lugar, há bandidos que enriquecem! Portanto, honestidade ou ética não é um fator relevante para a prosperidade. Em segundo lugar, conheço pessoas que há décadas trabalham realmente duro, e nem por isso conseguiram o seu lugar de destaque, o seu lugar ao sol”. Muito importante: eu não estou estimulando ninguém a ser desonesto! Acredito que probidade, honradez e ética sejam qualidades irrepreensíveis, pilares morais para todo ser humano.
Você consegue me responder, então, o que há de errado com aquela fórmula?
A princípio nada, mas não há nenhuma garantia de que alguém honesto e trabalhador seja bem-sucedido! Simples assim.
Naquela altura, eu já tinha um veredito: os que ascenderiam na empresa, teriam grandes chances de prosperar e se tornar profissionais de sucesso seriam tão somente os dois que sinalizaram querer a presidência da corporação. Isto porque, de forma básica, eles tinham definido um objetivo.
E aqui está a primeira regra do sucesso, inusitadamente ignorada: TER UM OBJETIVO. E respondendo agora à primeira pergunta deste texto, você só sabe se chegará ou quanto tempo levará para chegar se souber para onde vai! Ninguém empreende uma viagem pegando a primeira estrada que aparece, sem planejamento, sem rumo. Até aqueles que querem conhecer o mundo, os mochileiros mais informais, da forma mais aleatória possível, tem um mínimo de planejamento. Se não, passam a correr riscos, sérios riscos!
Quando escolhemos uma profissão, damos um primeiro passo rumo ao nosso futuro. A partir daí, é necessário definir até onde iremos, quais nossos sonhos mais elevados, como desejamos viver no futuro. É fundamental traçar um mapa da carreira o quanto antes!
Considere o seguinte: você deve se inscrever em cursos acessórios, complementares? Apostar em outro curso de formação superior ou extensão? Que línguas deve falar? Por quais experiências deve procurar? Durante quanto tempo? Pensando assim, por que tipo de empresas ou negócios terá de trabalhar na busca por seu crescimento e aprimoramento profissional? Quanto precisará ganhar? Quanto quer ganhar? Quando irá se aposentar e como planeja sua vida a partir daí?
Para facilitar o raciocínio, uma metáfora. Consideremos que sua carreira é uma viagem. Suas habilidades e suas competências acumuladas são suas bagagens. E o mais importante: seu objetivo é seu destino. Pensando assim, esse plano da “Viagem de Sua Vida” precisa ser orgânico e realizável. Quando necessário, mude, altere, inove, incremente o traçado. Não há linhas retas, caminhos diretos. Evite os atalhos e aproveite todos os cenários possíveis. Mantenha o objetivo.
Fazendo assim, a partir de agora, você coloca o sucesso no seu mapa pessoal, com altas chances de visitá-lo definitivamente.
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