ONU, Unilever e ABA trazem aliança sem estereótipo ao Brasil
Brasil é o primeiro país da América Latina a receber a coalizão.
De cima para baixo, em sentido horário: Ana Paula Duarte (Unilever), Sandra Martinelli (ABA), Adriana Carvalho (ONU) e Isabel Aquino (Heads)
A ONU Mulheres apresentou na sexta-feira, 22, a Aliança Sem Estereótipo (Unstereotype Alliance), iniciativa que chega ao Brasil com apoio da Unilever e da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). A aliança global foi lançada oficialmente em 2017, durante o Festival de Cannes, e reúne agências, anunciantes e entidades da indústria para discutir o papel da propaganda na erradicação de estereótipos, assim como incentivar políticas ligadas à igualdade de gênero.
Junto à Turquia, Brasil é um dos primeiros países a sediar uma versão regional da coalizão, sendo o primeiro na América Latina. As primeiras signatárias oficiais da Aliança no Brasil são Unilever, Grupo Boticário, Heads e MasterCard. Durante o próximo mês, a Aliança vai trabalhar para angariar novos parceiros oficiais entre agências, marcas, universidades e entidades sociais.
A partir de abril, o grupo criará um comitê de governança junto às empresas líderes, o qual se encontrará periodicamente para definir times de trabalho direcionados a diferentes pilares. “Vamos trabalhar com as empresas de fora para dentro e de dentro para fora. Queremos levantar questões como o viés inconsciente, a diferença salarial entre homens e mulheres, assédio moral e sexual e o trabalho doméstico que não é valorizado”, afirma Adriana Carvalho, gerente de princípios de empoderamento das mulheres da ONU Mulheres.
O próximo passo será a elaboração de um site em português com materiais traduzidos da ONU, pesquisas sobre diversidade e campanhas de referência. Nos planos da coalizão também está a criação de uma agenda de workshops e oficinas com profissionais de agências e anunciantes.
“Queremos oferecer ferramentas para que empresas possam avaliar se estão endereçando a questão dos estereótipos ou não. A visão dos profissionais de publicidade não necessariamente reflete a realidade, então a aliança tem um papel de educar o mercado, pois estamos todos aprendendo”, afirma Ana Paula Duarte, diretora sênior de mídia da Unilever. A marca já era parceira da ONU Mulheres e lançou, em 2016, a iniciativa “#Unstereotype” para combater percepções enviesadas na comunicação das suas marcas.
Isabel Aquino, diretora de planejamento da Heads, presente no evento de lançamento da Aliança, acredita que o projeto incentiva a mudança da mentalidade de anunciantes sobre assuntos como raça, gênero e grupos minoritários. “Muitos criativos tendem a não querer colocar sua comunicação no campo do politicamente correto, embora existam muitos exemplos de campanhas emotivas e muito criativas que não necessariamente são politicamente corretas. A Aliança vai ajudar a quebrar a inércia e os vícios dos profissionais na hora de criar”, disse.
Durante o evento, também estiveram presentes representantes das agências Live, Grey, WPP, entre outros. A ABA ficará responsável por promover o projetoentre seus associados. “A cadeia da publicidade é muito longa, mas o cuidado com os estereótipos é uma responsabilidade básica dos criativos e dos anunciantes que aprovam uma campanha”, justificou a presidente da associação, Sandra Martinelli.
Em nível global, a Unstereotype Alliance é capitaneada também pela Unilever, pelo grupo Interpublic e AT&T. Alguns dos apoiadores globais da iniciativa são: ANA Alliance for Family Entertainment, Alibaba, WPP, Cannes Lions, Diageo, Facebook, Geena Davis Institute, Google, IPG, IPA, Johnson & Johnson, Mars, Mattel, Microsoft, P & G, Publicis, Twitter, The FemaleQuotient e Federação Mundial de Anunciantes.
Fonte: Meio & Mensagem