Pierre Fabre amplia linha para pele brasileira
Mesmo com dificuldades em vários países da região, o grupo francês de dermocosméticos Pierre Fabre, detentor de dez marcas, como Avène, Ducray e a brasileira Darrow, decidiu apostar alto na América Latina. No Brasil, câmbio, impostos e logística de importação levaram o grupo a aumentar as apostas na Darrow, marca fabricada em Areal, no interior do Rio de Janeiro. Novos escritórios estão sendo abertos no Chile e na Colômbia.
“Queremos acelerar o crescimento na região. Nossa meta é ter 10% de ‘market share’ no Brasil e ficar entre as duas principais marcas com a Avène e a Darrow”, diz o diretor do grupo no país, Laurent Coupé. Hoje, a Darrow é a sétima marca no mercado brasileiro de dermocosméticos.
Segundo ele, dos € 2 bilhões faturados globalmente pelo grupo, só R$ 70 milhões vieram do mercado brasileiro. Mas enquanto o crescimento no mundo é de 15% ao ano, o Brasil tem crescido 30%. “O Brasil é o segundo maior mercado do mundo de dermocosméticos. Estamos ampliando a linha da Darrow. Queremos ter um portfólio compatível com as marcas estrangeiras, mas com custo mais acessível”, diz Coupé.
A estratégia é ter uma linha de produtos desenvolvidos especialmente para o clima e as características da pele brasileira, mais oleosa. A primeira aposta é na linha Actine, que começou com um higienizador para peles oleosas e, este ano, ganhou um hidratante e um protetor solar. “Temos um laboratório em Areal que trabalha em colaboração com a área de pesquisa e desenvolvimento na França. Todos os produtos são desenvolvidos para a pele brasileira e testados aqui”, conta. A unidade no interior do Rio tem 210 empregados.
Na Europa, o grupo procura estar presente no maior número de pontos de venda possível, considerando uma segmentação por preço. No Brasil, com as taxas de importação e a logística complexa, é mais difícil replicar esse modelo. “Mesmo assim, o Brasil é um dos top 5 [está entre os cinco principais países para a empresa], diz.
Coupé conta que Colômbia e Chile ganharam escritórios próprios este ano e passam a ser tratados como mercados prioritários.
Já a Argentina, apesar das dificuldades econômicas e de importação de produtos, continua no foco da empresa. Graças a uma fábrica de insumos que possui no país, a Pierre Fabre consegue exportar. “Com isso, pudemos manter nossas importações de dermocosméticos”, afirma.
Fonte: Valor Econômico