Revlon empossa primeira CEO da sua história de 86 anos
A gigante dos cosméticos Revlon acaba de nomear Debra Perelman como CEO da companhia. A executiva tem 44 anos e será uma das poucas mulheres a comandar grandes empresas de capital aberto. Atualmente, apenas 24 mulheres estão no topo da hierarquia nas companhias que fazem parte da lista das 500 maiores da Fortune (com US$ 2,7 bilhões em receita no ano passado, a Revlon ficou em 795° no ranking dos maiores negócios dos Estados Unidos).
As rivais L’Oréal e Estée Lauder são lideradas, hoje, por homens. Já a Avon foi administrada durante anos por mulheres, mas desde o início deste ano a empresa de cosméticos tem como CEO um homem, Jan Zijderveld.
Em entrevista à Fast Company, Debra descartou que sua nomeação a CEO seja resultado de nepotismo. Ela é filha do bilionário Ronald Perelman, que detém 80% da Revlon por meio da sua investidora, a McAndrews & Forbes. A nova presidente disse que a participação majoritária do pai na Revlon é “apenas um fato”. Debra destaca suas duas décadas de experiência, exercendo funções de liderança e supervisão estratégica na Revlon e na MacAndrews & Forbes. “Eu tenho um bom conhecimento sobre essa indústria, sobre a empresa e, obviamente, do próprio negócio”, diz.
Em sua última ocupação, como COO, ela trabalhou para ampliar a presença digital da Revlon e expandir o comércio eletrônico da companhia. Como parte desses esforços, Debra criou uma área de dados e análise e está investindo em conteúdo interno (algo que a L’Oréal faz há anos).
“Se você olhar para a equipe que montamos nos últimos dois meses, é uma equipe que está realmente se dirigindo para a transformação digital da empresa, o que nos permitirá atender melhor nossos clientes”, diz ela. “Ter uma conversa com o consumidor, em todas as nossas marcas, é realmente necessário hoje, para ser uma marca que se destaca e é diferenciada”.
O ex-CEO Fabian Garcia deixou o cargo no início deste ano após apenas dois anos, depois de se esforçar para aumentar a receita da companhia. Garcia tinha inicialmente planejado elevar as vendas anuais da Revlon para US$ 5 bilhões em cinco anos. Contudo, o balanço mais recente registra queda nas vendas líquidas e um prejuízo operacional de US$ 61,7 milhões, quase US$ 20 milhões a mais que a perda no primeiro trimestre de 2017.
A executiva acredita que um novo ponto de vista na liderança da companhia possa ajudar. Apesar da longa história com clientes do sexo feminino — a Revlon foi fundada em 1932 pelos irmãos Charles e Joseph Revson como uma fabricante de esmaltes antes de se expandir para produtos para a pele, cosméticos e cabelos — a empresa nunca teve um CEO mulher até agora.
“Estamos em uma posição em que temos uma empresa de beleza que realmente pensa em mulheres e as coloca na vanguarda do que fazemos no mercado. Em termos de posicionamento de marca, acredito que ter a empresa administrada por uma mulher é incrivelmente animador”, diz. “Essa é mais uma novidade para a Revlon da qual realmente me sinto honrada em fazer parte.”
Fonte: Época Negócios