Startups na indústria cosmética e seus diferenciais
Existem startups na indústria cosmética que vêm com uma proposta bem diferente das empresas que produzem esse tipo de produto em massa. Uma das maiores características desse modelo é entregar soluções mais rápidas e direcionadas para seus clientes.
Neste artigo, vamos abordar esse assunto com mais detalhes, mostrando os principais avanços e o cenário no Brasil e apresentando 4 startups e suas propostas para o público. Convidamos Rodrigo Cruz, cofundador e CEO da Gonddo, para um bate-papo sobre o tema.
A indústria cosmética e seus avanços
Há uma série de tecnologias sendo aplicadas à indústria cosmética, como o big data e a internet das coisas (IoT). Os objetivos, em geral, estão ligados à adequação às exigências dos consumidores e à tentativa de estabelecer um modelo de produção cada vez mais sustentável.
Como se dá a relação das startups com a indústria cosmética
Rodrigo afirma que “essa relação ainda não é muito desenvolvida. Existem poucas startups focadas, especificamente, em ajudar a desenvolver a indústria de cosméticos, apesar de ser um segmento grande no Brasil. São poucas soluções de tecnologia que são oferecidas para desenvolver, principalmente, as marcas menores”.
O que as startups têm a oferecer a esse mercado
As empresas menores de cosméticos estão mais preparadas para atender às demandas dos clientes mais rapidamente. Por exemplo, elas conseguem impor um nível de personalização mais rápido para o público que atendem.
Quando estamos falando de cosméticos orgânicos e naturais, essas são marcas que conseguem receber os feedbacks dos clientes e aplicar as mudanças nas fabricações, fazendo personalizações e alterando os rótulos dos produtos em menos tempo do que uma empresa grande (como a Natura) conseguiria. O grande diferencial é se adaptar às demandas do mercado de forma mais rápida.
“Vemos isso acontecendo, principalmente, em cosméticos que estão focados em sustentabilidade — e tem várias marcas surgindo com cosméticos verdes. As grandes indústrias demoram muito tempo para se adaptar a essas novas demandas dos consumidores, que estão mais atentos tanto em relação à questão de reciclagem dos rótulos quanto à composição dos produtos que consomem”, afirma Rodrigo.
Esse é o grande diferencial que já vemos, principalmente nos mercados mais desenvolvidos, como nos Estados Unidos. Lá, essas marcas menores incomodam as maiores, que já estão estabelecidas no mercado, ganhando espaço nas prateleiras e no gosto do consumidor.
Rodrigo afirma que, “pelo Brasil, esse movimento ainda está um pouco atrasado, mas já começou a acontecer nos últimos cinco anos”. Ele acredita que, “nos próximos anos, seguiremos um caminho bem parecido ao dos Estados Unidos”.
Oportunidade para startups na indústria cosmética brasileira
“O Brasil é o quarto maior mercado de cosméticos do mundo. Além de ser uma população enorme e muito preocupada com beleza e bem-estar, vimos que existia um problema na distribuição dos cosméticos para a cadeia do varejo”, explica o CEO.
Quando analisamos o e-commerce, vemos um progresso. Consegue-se comprar muitos cosméticos online, desde que você seja um consumidor final. Porém, na maior parte do tempo, as compras são feitas no ambiente offline. Isso gera muitas perdas e prejuízos para o mercado.
“Vimos a oportunidade de ajudar a melhorar essa distribuição e trazer para um canal online. Com esse novo tipo de compra, ajudamos o varejista a ter mais acesso às informações dos produtos, descobrir novos itens e ser mais transparente. Melhor do que ele ter que se deslocar algumas vezes por ano para feiras, para ter contato com novas marcas. Viemos para ser um canal que possa fortalecer o varejista na sua compra de estoque de cosméticos”, finaliza.
4 startups na indústria cosmética
Já que estamos falando de startups na indústria cosmética, por que não conhecer um pouco melhor sobre o trabalho de algumas delas no mercado atualmente? Confira a seguir.
Gonddo
A Gonddo foi criada com o objetivo de ser uma plataforma de marketplace focada no mercado de atacado. Com isso, ela conecta fornecedores de produtos naturais e cosméticos diretamente a revendedores e varejistas.
“Ajudamos o varejista de cosméticos a ter acesso aos fornecedores e, por outro lado, ajudamos esses fornecedores — em sua grande maioria, marcas menores e pouco conhecidas nacionalmente — a ter mais distribuição. No nosso ramo, praticamente, só tem a gente. Somos um mercado pouco desenvolvido em termos de soluções que resolvam problemas da indústria de cosméticos”, destaca o CEO.
BelezaNaWeb
Trata-se de uma loja virtual que atua exclusivamente no ramo dos cosméticos e da beleza. A ideia é conectar influenciadores, profissionais e outros players do mercado a mulheres dos mais variados perfis.
As marcas comercializadas na plataforma são cuidadosamente selecionadas por dermatologistas, maquiadores e cabeleireiros, por exemplo, e trazem diversas informações, como truques e dicas de uso dos produtos.
Brand Lovers
Brand Lovers é um aplicativo que indica os produtos de beleza mais adequados para os usuários, utilizando tecnologias como o machine learning e o big data.
Dessa forma, os usuários podem contar com ótimas recomendações de produtos, que vão ajudar a atender seus objetivos e necessidades. Além disso, ainda é possível visualizar as avaliações de outros consumidores, o que ajuda a ter mais segurança na hora de decidir pela compra.
Bioart
Trata-se de uma startup voltada para a criação de maquiagens com o conceito ecologicamente correto, as chamadas “eco make-ups”. Esses produtos são desenvolvidos a partir de ingredientes veganos, naturais, multifuncionais e distribuídos por embalagens recicláveis.
Fonte: Talk Science 11.06.2020