O levantamento foi realizado pela consultoria Brand Finance, que divulga anualmente seu ranking com as 50 marcas de cosméticos mais valiosas do mundo

A Johnson & Jonhson está no topo da lista, avaliada em US$ 16,8 bilhões. O alto valor da marca se deve tanto à sua receita quanto à sua força de mercado, que indica a contribuição relativa de uma marca em relação a outros negócios ativos. Parte dos fortes atributos da marca vem da sua relação com a maternidade. Um nível excepcionalmente elevado de confiança é agregado à marca quando a mesma desenvolve produtos para bebês.

O segundo colocado da lista é a Gillette, uma das marcas de maior crescimento no setor este ano. A marca cresceu 68% em valor no ano passado e atingiu a casa de US$ 12 bilhões. A marca da Procter & Gamble se destacou por oferecer campanhas de marketing claras, como sua campanha “Perfect is not Pretty”, durante os Jogos Olímpicos de 2016.

A L’Oréal Paris perdeu a liderança do ranking este ano, ficando atrás da Gillette, em 3º lugar. O valor da marca caiu 11% em relação ao ano passado, para US$ 8,7 bilhões. Enquanto a marca lançou campanhas poderosas em 2016, como a campanha #YoursTruly, que contou com 23 ‘influenciadores de beleza’ de diversas origens e etnias, a ação não se traduziu em vendas imediatas. Embora a demanda nos Estados Unidos tenha permanecido relativamente forte, a situação no mercado chave da L’Oréal, que é a Europa Ocidental e, em particular, no mercado interno da França, foram mais desafiadoras.

Considerando-se as marcas ‘guarda-chuvas’, a P&G está no topo, com um total de 8 de suas marcas no top 50 da Brand Finance, o que totaliza um valor de marca de US$ 34,1 bilhões.  As marcas da P&G, em geral, estão crescendo fortemente no mundo, com destaque para Gillette, Pantene e Olay, cujos valores cresceram, respectivamente, 72%, 74% e 80%. A recente restruturação do portfólio de marcas permitiu à P&G se concentrar mais em suas principais marcas, gerando uma economia de US$ 10 bilhões, processo liderado por David Taylor, CEO da P&G, que viu os ganhos da empresa superarem as expectativas dos analistas em 2016.

A Head & Shoulders talvez seja o maior case de sucesso da P&G este ano. O shampoo anti-caspa é a marca de cosméticos e cuidados pessoais de crescimento mais rápido deste ano, tendo tido o seu valor (da marca) mais do que duplicado, para US$ 5,4 bilhões. Campanhas recentes incluíram “Scalp Brave”, ação que gerou uma ruptura com as anteriores, que destacavam somente os atributos funcionais dos produtos; as novas campanhas, por sua vez, adotaram uma abordagem bastante peculiar: os rostos de celebridades como Sofia Vergara e do jogador de futebol Giovani dos Santos foram desenhados nos cabelos das pessoas, para ilustrar a confiança em fazer coisas audaciosas e divertidas, quando se tem um couro cabeludo livre de caspas. A P&G demonstrou que a criatividade bem executada pode ajudar a aumentar o valor da marca.

A Coty adquiriu 43 marcas da P&G, e é possível que essa aquisição, bastante desafiadora para a Coty, tenha levado a empresa a uma falta de foco. Desde a aquisição, a receita líquida no 4º trimestre de 2016 da Coty diminuiu 7%, para US$ 2,3 bilhões. Todas as quatro marcas da Coty presentes na tabela perderam valor. A própria marca Coty, por si, perdeu 10% em valor, Rimmel 5% e Cover Girl 21%. Clairol foi a marca que mais perdeu valor, com recuo de 26%, para US$ 859 milhões.

A Natura, multinacional brasileira de produtos de higiene e beleza, foi eleita a marca de cosméticos mais valiosa da América Latina, pelo ranking Top 50 da Brand Finance. Em 2016, a marca apresentou uma ligeira valorização em relação ao ano anterior, passando da 36ª para a 28ª posição na lista elaborada pela Brand Finance.

Confira abaixo o ranking completo: