Irmãs de RO criam associação de mulheres que fabricam sabonetes com matéria-prima colhida na floresta
Elas fabricam produtos com cacau, café, babaçu, buritis e maracujá.
Colher, produzir e preservar. Esses são os três objetivos principais da Saboaria de Rondônia, uma associação de mulheres que produz sabonetes e produtos de higiene orgânicos a partir de matéria-prima colhida diretamente da floresta de Ouro Preto do Oeste, no Vale do Jamari de Rondônia.
As cinco irmãs, Maria, Mareilde, Kassia, Jaqueline e Rosely criaram a saboaria em 2015 para preservar duas palmeiras, o butiris e o babaçu, além de gerar renda para as mulheres da região. As irmãs, que são de Ouro Preto do Oeste, fabricam sabonetes, hidratantes, velas e demais produtos com materiais colhidos na floresta pelas mulheres.
Segundo Mareilde, o sabonete é mais que um produto de higiene pessoal. “Aparentemente parece ser apenas sabonete, mas não é, é uma solução para preservar. Um dos nossos objetivos é defender a preservação de duas palmeiras regionais, o Buriti e o Babaçu, e ensinando as mulheres a fazerem o sabonete, é uma forma de ensiná-las a preservar as árvores e também despertar o empoderamento delas”, explicou a artesã.
As irmãs não são apenas vendedoras de sabonetes, elas são empoderadas. “Nós idealizamos a saboaria em formato de associação para ajudar as mulheres da região. Nosso foco são as mulheres rurais, mas pensamos em expandir também. Queremos mostrar que unidas somos fortes e sozinhas não somos ninguém”, informou Mareilde.
Maria Freitas relata sobre o processo de fabricação. “O mais interessante é que conseguimos preservar o buritis e babaçu, pois são palmeiras que as pessoas derrubam para colocar o capim, e nós estamos revertendo essa ideia. Lembrando que somos nós mesmas que colhemos os frutos, quebramos e retiramos o óleo, nós que entramos na mata para termos o que precisamos”, conta Maria.
Por enquanto, os sabonetes são feitos apenas artesanalmente, mas isso irá mudar. “Temos boas vendas, mas os produtos ainda são feitos artesanalmente, mas estamos migrando para a indústria e com isso conseguiremos ganhar mais clientes, no estado, no Brasil e quem sabe no exterior. Além das palmeiras, nós valorizamos o comércio local, comprando mel, café, maracujá, cacau, e assim iremos expandir com certeza,” diz Mareilde.
Fonte: G1