Perfumes minimalistas, compartilháveis e com foco em bem-estar devem dominar o mercado no próximo ano
A perfumaria contemporânea está cada vez mais conectada às emoções, à individualidade e ao estilo de vida dos consumidores. Para 2025, a tendência é que os perfumes deixem de ser apenas um acessório olfativo e assumam funções mais sensoriais e afetivas. É o que aponta Angélica Flores, especialista em alta perfumaria, ao analisar os rumos do setor para o próximo ano.
Segundo Angélica, as fragrâncias hoje buscam despertar sensações, ativar memórias e refletir a identidade de quem as utiliza. A escolha do perfume passou a ser guiada não só pelo aroma, mas pelo impacto emocional e até físico que ele pode proporcionar. “Notas cítricas, por exemplo, são associadas à energia e disposição, enquanto lavanda e chá verde têm efeito calmante”, explica a especialista.
Outra tendência que vem se consolidando é a quebra das barreiras de gênero na perfumaria. Fragrâncias compartilháveis — criadas para todos os gêneros — ganham cada vez mais espaço. Para Angélica, a liberdade de escolha se tornou um valor essencial no setor. “O importante agora é como a fragrância se encaixa no cotidiano e na personalidade de quem a usa, e não mais a quem ela é destinada”, afirma.
No campo da formulação, o minimalismo se destaca. A busca por ingredientes naturais e por práticas sustentáveis tem estimulado a criação de perfumes com composições mais enxutas, transparentes e ambientalmente responsáveis. Essa abordagem favorece também a perfumaria de nicho, que aposta em matérias-primas raras e combinações mais puras. “Perfumes centrados em poucas notas, como vétiver, sândalo ou néroli, criam uma ligação mais íntima com o consumidor e fogem do padrão comercial”, analisa Angélica.
Com essas mudanças, a perfumaria para 2025 se molda a um novo perfil de consumo, mais consciente, emocional e aberto à experimentação, em que menos é mais e o perfume torna-se uma verdadeira extensão do bem-estar pessoal.