“Precisamos falar mais sobre as Relações Humanas. As tecnologias são commodities. O diferencial está no capital humano”. A afirmação é de Daniela Aquino, fundadora da Linus, consultoria em RH nos segmentos de cosméticos, químico e alimentício, durante a 3ª edição do RH & Gestão, que reuniu este mês 70 líderes no Senai Bom Retiro, em São Paulo. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) com curadoria e iniciativa da Linus.
IA, diversidade, inclusão, novas gerações, propósito e felicidade no trabalho entraram na pauta. Na avaliação de Daniela, em um mundo onde a IA já é realidade, os debates deixaram claro a urgência de repensar o papel das empresas, dos líderes e dos profissionais e, sempre que possível, ressignificar o papel do RH e liderar as transformações com empatia, escuta e estratégia.
Competências em IA
Nesta edição, o desafio foi audacioso: ressignificar o papel do RH em tempos de inteligência artificial e tentar prever novos arranjos produtivos dentro de uma sociedade em transição pautada pela intergeracionalidade. Ana Plihal, do LinkedIn, apresentou dados de um levantamento feito no último trimestre de 2024 em mais de 85 milhões de perfis da plataforma, apontando um aumento de 140% na adição de competências relacionadas a IA nos perfis desde 2022. As competências ligadas à IA cresceram 20 vezes mais do que qualquer outra e 75% dos profissionais qualificados usaram IA generativa no trabalho.
“Mesmo que você não queira mudar de função, a sua função já está mudando”, disse Ana, pontuando que, embora a IA seja vista como alavanca para a inovação, de reboque traz o desafio da solidão digital, fenômeno já enfrentado por países como o Japão, onde foi criado o Ministério da Solidão.
Relações e felicidade
Outro dado contundente foi apresentado por Tatiane Tiemi, CEO Great Place to Work: 70% da experiência no trabalho é moldada pela relação com a liderança. “Em tempos de crise de confiança, a construção de relações sólidas, seguras e transparentes se torna ainda mais essencial”, complementou Mayara Luiz, da Linus.
Vinicius Kitahara, da Vinning, fechou a programação defendendo que a próxima grande onda após a IA será a “felicidade corporativa” e que a ciência já comprova a correlação entre bem-estar e lucratividade.
“Em um mundo onde o que não muda é a mudança, o RH precisa estar preparado para lidar com elas com agilidade, escuta ativa e capacidade de adaptação. Fazer as perguntas certas passou a ser mais relevante do que ter todas as respostas”, provocou Daniela Aquino, que encerrou a edição do RH & Gestão reforçando o compromisso da Linus: “Continuar fazendo as melhores perguntas e conectando talentos certos aos desafios certos. Afinal, o futuro do trabalho se constrói agora, com estratégia, humanidade e coragem”.