Mercado brasileiro de HPPC volta a crescer
Produtos masculinos lideram alta nas vendas
Por Estela Mendonça
Depois de seguidas perdas, 6% em 2015 e 9% em 2016, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) sinalizou uma tímida recuperação em 2017 de 2,75%, atingindo US$ 14,5 bilhões, ex-factory (líquido de imposto sobre vendas), segundo estudo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Para o presidente-executivo da Abihpec, João Carlos Basílio, os resultados de 2017 não foram suficientes para neutralizar as perdas registradas: “Ainda que o viés de recuperação se confirme, acreditamos que temos um longo caminho pela frente até atingir um patamar positivo, como nos anos anteriores”.
Já segundo a empresa de pesquisas Euromonitor, que considera as vendas ao consumidor, a expansão do mercado brasileiro de HPPC em 2017 foi de 3,2% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 32,1 bilhões.
QUARTO MAIOR MERCADO
O Brasil manteve em 2017 a quarta posição no ranking mundial de consumo de HPPC. Os maiores consumidores de cosméticos e produtos de higiene pessoal são os americanos, que movimentaram US$ 86 bilhões no ano passado. Em seguida, vem a China, com US$ 53,5 bilhões. O Japão ficou em terceiro lugar, com receita de US$ 36,1 bilhões.
LIDERANÇA REGIONAL
Na América Latina, que responde por 14,1% das vendas mundiais de HPPC, o Brasil é líder absoluto na região. Nos gastos per capita, entretanto, o Chile o ranking, com um gasto anual de US$ 182 dólares, seguido por Uruguai e Brasil, com US$ 170 e US$ 153 dólares por ano, respectivamente. México, Colômbia, Peru, Equador e Paraguai tiveram gastos anuais per capita com beleza abaixo de 90 dólares, menos da metade que o Chile.
CATEGORIAS QUE MAIS CRESCERAM
Desde 2012, os produtos masculinos vêm crescendo a uma média de 11,2% ao ano, atingindo US$ 6,2 bilhões em vendas em 2017, seguidas das fragrâncias e os produtos premium.
CATEGORIAS NO MERCADO MUNDIAL
No que se refere ao desempenho das categorias no mercado mundial, o destaque ficou por conta dos depilatórios, que caíram da segunda para a quinta posição e os produtos de higiene oral e produtos para cabelos, que subiram do quarto para o terceiro lugar no ranking.
MAIS DE 2700 PLAYERS
Segundo o estudo da Abihpec, o Brasil fechou 2017 com 2.718 empresas regularizadas na Anvisa, sendo 15 de grande porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 300 milhões, representando 75% do faturamento total do setor. A maior parte das empresas está localizada na região Sudeste (1.643), seguida do Sul (530).
MAIORES PLAYERS
Com 11,7% de participação, a Natura recuperou a primeira posição no ranking de players do setor, sendo que no ano passado, estava no segundo lugar, com 10,8%. A Unilever caiu para 11,1% do mercado, perdendo 1,5 ponto percentual em relação a 2016. O Grupo Boticário permaneceu em terceiro lugar com um ganho de 0,2 ponto percentual, para 10,8%, segundo a Euromonitor.
BALANÇA COMERCIAL
Em 2017, o déficit da balança comercial do Setor de HPPC foi de US$ 107 milhões. Segundo o estudo da Abihpec, em razão da valorização da moeda nacional em combinação com a melhora do mercado interno. Em relação ao ano anterior, a exportação e a importação de produtos registraram um crescimento de 4,5% (US$ 646 milhões) e 13,1% (US$ 753 milhões) respectivamente, com destaque para as importações de perfumaria que apresentaram uma alta de 68,3% (US$ 44 milhões). O Brasil exportou para 178 países e importou produtos de 76 países.
DE OLHOS NOS CANAIS
As 26 redes de farmácias afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) movimentaram R$ 44,41 bilhões em 2017, registrando crescimento de 8,96% em relação a 2016. As redes associadas representam 9,2% do total de 76 mil farmácias no Brasil, mas mais de 41% do faturamento do setor. Os itens de higiene pessoal e cosméticos contabilizaram R$ 14,17 bilhões e já representam 32% do volume total de vendas. “Foi-se o tempo das perfumarias de bairro. Hoje, as grandes redes de farmácias oferecem um mix variado de produtos em um único lugar, o que é sinônimo de conforto e conveniência para o consumidor. Elas vêm se tornando verdadeiras ‘lojas de saúde e beleza”, comentou Sergio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma.
EXÉRCITO DE EMPREENDEDORES
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), em 2017, foram comercializados mais de 1,9 bilhão de itens (produtos e serviços) por venda direta no Brasil, que geraram um volume de negócios de R$ 45,2 bilhões. Os cosméticos representaram 54,7% das vendas.
A força de vendas é formada por 4,1 milhões de empreendedores, que atuam como revendedores diretos das empresas ou em modelo de marketing multinível ou mononível. As mulheres representam 56,7% desse exército.
E-COMMERCE
De acordo com a Ebit, em 2017, o faturamento do comércio eletrônico foi de R$ 47,7 bilhões. O número representa um crescimento nominal de 7,5% em relação a 2016, quando foram registrados R$ 44,4 bilhões. Mais de 55 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma compra virtual no ano passado. Um aumento de 15% em relação a 2016.
Entre os destaques do ano passado estão o aumento das vendas através dos dispositivos móveis e a gratuidade no frete. A categoria Saúde, Cosméticos e Perfumaria ficou em segundo lugar em número de pedidos, com uma participação 12%. Moda e Acessórios manteve a liderança, com 14,2% de share.
FRANCHISING
O setor de franquias cresceu 8% em 2017 na comparação com o ano anterior, saltando de R$ 151,2 bilhões para cerca de R$ 163 bilhões, segundo balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF). De acordo com a entidade, o destaque foi o crescimento da participação do segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar (de 12% para 16%), que também liderou o crescimento em faturamento, com alta de 12,1%, totalizando R$ 30 bilhões. “Este segmento vem apresentando desempenhos consistentes nos últimos trimestres e se mostrou aqui presente também, tanto com a manutenção da líder do setor, quanto pelo ingresso de duas novas redes deste segmento no grupo das maiores”, disse o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, por ocasião da divulgação do relatório.
SHOPPING CENTERS
Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em parceria com a GEU (Grupo de Estudos Urbanos), o faturamento do setor cresceu 6,2%, atingindo R$ 167,7 bilhões em 2017. Os 571 shoppings brasileiros, com mais 102,3 mil lojas, receberam cerca de 463 milhões de visitas por mês em 2017, o que representa um aumento de 5,6% em relação ao ano de 2016.