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Maquiagem na Era Ultra-HD – Parte 1

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Por Isabella Borges

Prezados Leitores, é com grande satisfação que venho fazer parte deste portal de inovação, para trazer conteúdo técnico e tendências do segmento de Maquiagem.
A maquiagem sempre exerceu um papel fundamental na sociedade desde as eras mais remotas, e diferente de outros cosméticos ela transcende a dupla fórmula/embalagem para ser um objeto de desejo, de poder e mudança na autoestima. A maquiagem está totalmente associada ao sistema de prazer do cérebro e por isso tem sido alvo de estudos da Neurociência, tendo um papel fundamental nas pesquisas de comportamento do consumidor.

Não devemos esquecer que a maquiagem está totalmente ligada a moda, e os produtos para lábios, olhos e face precisam se renovar rapidamente para atender às últimas tendências da estação. E como fazer esta renovação? Bom; para começarmos é bom relembrar alguns conceitos:

O que é Maquiagem?
“Maquiagem consiste na aplicação de produtos com efeito cosmético, de embelezamento, ou disfarce, com uso de substâncias especificamente destinadas a tal fim”. Wikipedia
“Conjunto de cosméticos ou pinturas usado para maquiar.” Dicionário Aurélio

Sendo assim, entende-se que a maquiagem nada mais é do que um cosmético colorido, e o protagonista desta história são os pigmentos, responsáveis por transferir a cor para a pele, olhos e lábios. Desta forma, podemos concluir que para as empresas se renovarem rapidamente e lançarem novas cores no mercado o caminho mais curto seria aproveitar uma fórmula já existente e alterar o “mix” dos pigmentos para desenvolver a nova tonalidade desejada.

Porém nas últimas décadas tivemos um grande avanço tecnológico; computadores, internet, satélites, TVs, celulares, “tablets”, “smartphones” entre outros que afetaram totalmente os hábitos de consumo da sociedade e no caso específico dos produtos de maquiagem, estes tiveram que se adaptar a nova Era, a Ultra-HD (High Definition). A maquiagem passou por uma grande evolução, para se adequar não só a tecnologia das câmeras ultrassofisticadas que transmitem a imagem das belas celebridades do cinema, mas principalmente a tecnologia dos celulares, onde a geração “selfie” quer estar com a aparência perfeita a qualquer hora e lugar. Em outras palavras, os pigmentos mudaram ao longo dos anos para se adaptar às novas tendências e hoje uma empresa pode ter categorias de pigmentos distintos por conceito ou apelo que precisa comprovar.

Em termos técnicos, a estrutura de uma fórmula de maquiagem ultra-HD é composta por 4 alicerces. Para cada um deles vamos explicar detalhadamente o avanço da tecnologia destas matérias-primas e para isso vamos dividir este artigo em Parte 1 e 2.

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1) Pigmentos Revestidos e Micronizados: Já que o protagonista da maquiagem é o pigmento, vamos começar por ele. Os pigmentos convencionais como o dióxido de titânio e os óxidos de ferro, são usados para proporcionar a cor da face. Já o talco, a mica e o amido são usados como fillers ou pigmentos funcionais para proporcionar textura.
Todas estas partículas inorgânicas são hidrofílicas, têm grupos hidroxila e/ou água absorvida na sua superfície que podem formar ligações de hidrogênio, provocar forças atrativas causando aglomeração. Além disso, com o tamanho pequeno da partícula e uma grande área de superfície gera energia o que as deixa mais propensas a se aglomerar mediante as forças de Van der Waals. Como resultado, há vários inconvenientes bem conhecidos associados com os pigmentos não recobertos ou os fillers:

a. Sensação desagradável na pele. As partículas inorgânicas são duras e ásperas. A formação de aglomerados cria uma grande fricção e aumenta a sensação destas na pele, fazendo com que elas sejam sentidas como grossas e ásperas.

b. Pouca resistência ao uso. Os pigmentos hidrofílicos podem ser facilmente umectados mediante água. Quando aplicado na pele, como pó compacto, por exemplo, o pó pode ser facilmente umectado. Isto provoca escurecimento e quebra. Os primeiros tratamentos de superfície tinham a finalidade de deixar os pigmentos hidrofóbicos para o uso em pós. Além disso, quando a maquiagem em pó é aplicada molhada, para obter uma cobertura aveludada, a textura pode ser facilmente perdida, se forem utilizados pigmentos hidrofílicos.

c. Dificuldade para se dispersar. Isto é mais óbvio na fase oleosa. A umectação mediante óleo não gera suficiente energia para substituir a água absorvida nem para romper as ligações de hidrogênio. Desta maneira as partículas tendem a permanecer agregadas. Para o pigmento, o desenvolvimento de cor será ruim.

d. Instabilidade na emulsão. Os pigmentos hidrofílicos em fase oleosa podem migrar para a fase aquosa numa emulsão, afetando tanto a estabilidade da emulsão quanto da cor. Diferentes tipos de pigmentos podem ter cargas elétricas opostas em superfícies de partículas acarretando hetero agregação.

e. Instabilidade química. A superfície de alguns óxidos metálicos pode ser quimicamente reativa e causar degradação de outros ingredientes. Nos últimos anos, cada vez mais os ingredientes bioativos são incorporados nas formulações modernas para proporcionar valor agregado. Muitos destes ingredientes bioativos são suscetíveis a oxidação ou a outra interação química com íon metálico. A supressão desta reação química de particulados inorgânicos será um passo muito importante para evitar qualquer problema de estabilidade.

Alguns dos inconvenientes mencionados acima foram notados nos primeiros anos de uso e o tratamento de superfície foi introduzido em meados dos anos 70, ganhando muita popularidade desde o início dos 80 e estão em constante evolução. Os pigmentos funcionais/ou fillers e os pigmentos coloridos podem ser tratados com uma ampla classe de compostos para modificar suas características físicas e químicas. A tecnologia de tratamento de superfície revolucionou virtualmente a formulação de cosméticos coloridos ao proporcionar melhorias importantes na sensação da pele, na aplicação, na umectação do pigmento e na estabilidade da fórmula.

Tratamento de superfície comum

Com os conceitos acima, sabe-se que o pigmento revestido e/ou tratado, tem como premissa se tornar Hidrofóbico para repelir a água da pele, ter melhor durabilidade, molhar e dispersar facilmente nos emolientes oleosos e permitir maior estabilidade, assim como melhoria no sensorial.

O agente de tratamento deve ser aplicado na superfície de uma partícula mediante a mistura com o pó, empregando vários meios mecânicos, ou por meio da precipitação de uma solução. Outros métodos podem ser usados, mas seu uso na prática é limitado. O ingrediente de tratamento (ou cobertura) é logo fixado à superfície através de dois mecanismos:

1. Ligação física (principalmente forças de Van der Waals). Esta ligação não é forte e a cobertura pode ser parcialmente removida mediante dissolução, fusão ou abrasão física.

2. Ligação química – através de uma reação química para formar ligações covalentes ou iônicas. Esta ligação é forte e estável nos processos de formulação.

Em geral, é mais utilizado os tratamentos completos com reação química, particularmente quando o pigmento ou filler será disperso num veículo líquido. Abaixo alguns exemplos de tratamento de superfície.

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Para uma maquiagem ultra-HD além do tratamento hidrofóbico que repele a água da pele, deve se utilizar um revestimento que também seja Lipofóbico para repelir o sebo da mesma e permitir uma excelente aderência evitando que as partículas migrem, formando aglomerados também conhecidos como “vincus” que possam ser detectados com as câmeras de alta definição.

O melhor e mais comum ingrediente utilizado para revestimento são com os compostos fluorados.  A hidrofobicidade pode melhorar a duração da maquiagem contra a umidade e o suor. Entretanto, o sebo facial pode molhar os pigmentos hidrofóbicos, o que causa o escurecimento da maquiagem e brilho na zona T. Quando a excreção de sebo é abundante, pode ocorrer o rompimento da maquiagem. A repelência ao óleo do tratamento ajuda a prevenir este fenômeno e a duração da maquiagem pode ser significativamente ampliada, promovendo um efeito long-lasting e uma pele perfeita sob câmeras de alta resolução.

No próximo artigo, vamos descrever sobre os 3 outros pilares essenciais para uma maquiagem de alta definição.

Boa Leitura!!!!

Leia a continuação do artigo: Maquiagem na Era Ultra-HD – Parte 2

Referências
  1. Kobayashi and W. Kalriess, Cosm & Toil., Vol. 112, No. 6, p83, 1997
  2. US Pat 4,877,604, ML Schlossman
  3. US Pat 4,622,074, DS Schlossman
  4. WO2005099651, DS Schlossman

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