Indústria cosmética embarca no desafio de desvendar o microbioma da pele
Novos desenvolvimentos e falta de regulação são desafios
Por Estela Mendonça
Considerado uma das mais fortes tendências globais da indústria cosmética atualmente, o desenvolvimento de formulações com foco no microbioma da pele vem crescendo nos últimos anos. “O tema é extremamente complexo e desafiador, mas abre um vasto campo de pesquisa e oportunidades de nos aprofundarmos no assunto”, afirma Alberto Keidi Kurebayashi, farmacêutico bioquímico, diretor da Protocolo Consultoria em Dermocosmética, ex-presidente e membro do Conselho da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).
Keidi explica que, seguindo os passos da indústria alimentícia, que desenvolve produtos que visam equilibrar e promover bactérias saudáveis dentro do corpo, a indústria de cuidados pessoais está cada vez mais focada na pesquisa da diversidade do microbioma da pele e como desenvolver produtos adaptados para atender esse novo alvo.
“O estudo constante sobre o corpo humano mostrou que as células microbianas superam em números as células humanas em uma razão de dez para um. A partir desse entendimento, alguns estudos vêm sendo publicados para esclarecer sua influência na saúde geral e no bem-estar de um indivíduo”, explica Maria Eliza Samy, responsável pelo Marketing Personal Care da Basf para a América do Sul.
Bactérias do bem
Para a executiva, os avanços em pesquisas ajudam a entender melhor essa comunidade de microrganismos que vive na superfície e nas camadas internas da pele e que desempenha um papel fundamental no equilíbrio de todo um ecossistema, contendo bactérias comensais ou “boas” e patogênicas ou “ruins”, todas elas convivendo simultaneamente na pele. “Os consumidores começaram a procurar produtos mais personalizados que atendam às suas necessidades específicas, tendo sido observado um crescimento significativo de produtos explorando este conceito, com um aumento de 121% nos lançamentos globais no último ano”, afirma.
Maria Eliza explica que as bactérias comensais ajudam a evitar a produção excessiva de bactérias oportunistas e/ou patogênicas, sendo a primeira linha de defesa e equilíbrio da pele, deixando-a saudável, confortável e proporcionando uma barreira eficiente para manter a sujeira e as bactérias afastadas enquanto mantém a umidade. “Quando há menos bactérias comensais presentes, esse equilíbrio é perturbado, levando a uma superprodução de bactérias patogênicas e a pele a um estado de disbiose. Especificamente, o microbioma pode contribuir para certas condições da pele, entre elas inflamação, irritação, pele seca, vermelhidão e acne”.
Fim do extermínio
“Já foi o tempo em que ‘mata 99,9% de germes e bactérias’ era o apelo de vendas e sinônimo de tratamento”, reforça Daniel Caldeira, químico cosmetólogo especialista em
biologia molecular e diretor técnico da Garden Química. “Considerar a importância do microbioma da pele, oferecendo produtos, como prebióticos e sistemas conservantes mais seletivos ou menos agressivos, tem sido um caminho desafiador”, acrescenta, lembrando que é preciso entender primeiro a diferença entre probióticos e prebióticos para dar os primeiros passos rumo a desenvolvimentos mais efetivos e menos fantasiosos.
Caldeira conta que os probióticos mais conhecidos no país são os lactobacilos vivos, divulgados por muito tempo por uma indústria de alimentos, da qual fez parte do quadro de pesquisa e desenvolvimento. “Na época, a divisão cosmética desta empresa não usava os lactobacilos em seus cosméticos exatamente por respeitar a exigência legal de oferecer produtos seguros, ou seja, que tivessem um sistema conservante eficiente, impedindo a proliferação, respeitando a contagem microbiana”.
Segundo o especialista, os probióticos são produtos que contêm microrganismos vivos benéficos, utilizados para controlar ou restaurar determinado sistema de uma região do corpo. No caso de cosméticos, necessita de um bom sistema conservante e, por tal motivo, a presença de microrganismos vivos junto a esse sistema, inviabilizaria o conceito real da proposta.
Já os prebióticos são substâncias que alimentam microrganismos benéficos, fortalecendo sua proliferação, ajudando assim a combater a quantidade de microrganismos “ruins”, que desencadeiam reações indesejadas. “Essa ideia pode e já vem sendo trabalhada de forma mais eficiente no nosso mercado. É possível conseguir respeitar a segurança microbiológica de um produto, incorporando substâncias que alimentam microrganismos benéficos presentes na pele, quando o contato acontece”, diz.
Caldeira destaca que usar bactérias vivas é muito mais desafiador, não regulamentado e não padronizado. Até agora, parâmetros como o tipo de probiótico, a forma em que é adicionado à formulação (bactérias vivas, lisados e outros), bem como os limites para esses ingredientes para comercializar produtos seguros e eficazes, ainda não estão definidos por a indústria de cosméticos. “Com a proteção não mais considerada uma oportunidade de nicho, é hora de padronizar definições, rotulagem e protocolos de prova de eficácia”, reivindica.
Simbióticos e pós-bióticos
A médica Liliana Bechellide Oliveira Torloni, dermatologista que atua no Ambulatório de Fototerapia e Alergia da Santa Casa de São Paulo, destaca ainda, os produtos simbióticos, que aliam probióticos e prebióticos, e os pós-bióticos, desenvolvidos a partir da extração de metabólitos de determinadas bactérias, como é o caso dos lisados. “Na indústria brasileira de cosméticos, por enquanto, temos apenas os prebióticos e/ou pós-bióticos. “Na indústria internacional, já temos probióticos. Além da questão regulatória, que está em evolução no Brasil, mesmo os probióticos desenvolvidos e comercializados no exterior ainda enfrentam a questão do transporte e armazenamento, já que estamos falando de cepas de bactérias vivas, que precisam de temperatura específica para se manterem viáveis e com suas devidas funções”, avalia.
Liliana participou da primeira edição do Summit Microbioma, realizado pela ABC no ano passado com o objetivo de capacitar o setor cosmético e estimular a pesquisa e aprofundamento no tema, onde citou como exemplo de produtos probióticos o Mother Dirt AO + Mist, que contém Nitrossomonas europha, uma família de bactérias presentes no solo que consome a amônia encontrada no suor, restaurando o equilíbrio do ecossistema da pele, que melhora vários problemas, como acne, sensibilidade, oleosidade ou ressecamento, rugas e até mau odor.
Multinacionais investem
Para Maria Coronado Robles, analista sênior da Euromonitor International, o futuro do mercado de microbiomas parece ser promissor e um sinal disso é o investimento que as empresas globais estão fazendo para obter vantagem competitiva nesta fase inicial. Ela lembra que, em 2017, a J&J anunciou parceria com a S-Biomedic, uma startup de biotecnologia especializada em cosméticos probióticos. A analista também cita a Unilever, que no ano passado informou investimento na marca francesa de produtos probióticos Gallinée. “Como o apetite por beleza probiótica continua a crescer, potenciais investimentos estão sendo explorados por outras empresas globais”, aposta.
No Brasil, a Diretoria da Inovação da Natura também está pesquisando o tema. A partir da constatação que o ecossistema de microrganismos que habitam as mais variadas partes do corpo humano auxilia em atividades que mantém a saúde e o bom funcionamento do organismo, inclusive da pele, a empresa vem investindo em pesquisa e inovação para criar produtos que interajam da melhor maneira com a microbiota de cada indivíduo.
Luciana Vasquez, gestora científica da Natura, explica que pesquisas conduzidas pela empresa sobre o tema mostraram que o sabonete mais eficiente não é aquele que mata todas as bactérias, mas o que preserva os microrganismos benéficos para o corpo. O resultado foi o desenvolvimento do sabonete Naturé Fom Fom, da linha infantil, com tecnologia que cria uma espécie de “escudo” protetor sobre a pele, permitindo que a população original de microrganismos benéficos se recupere, enquanto dificulta a adesão dos indesejáveis à pele.
“Podemos fazer uma analogia entre a microbiota e o ecossistema de uma floresta. Se temos uma mata com poucas espécies, ela será frágil e pode se degradar rapidamente frente a uma invasão. Mas, por outro lado, se tivermos uma floresta diversificada, o sistema tende a ser mais estável e resiliente”, complementa Luciana. Para ela, a descoberta é uma primeira etapa para uma grande mudança em produtos de limpeza e cuidados com a pele.
Inovação patenteada
Manter saudável o microbioma capilar, fortificando os microrganismos benéficos e eliminando os maléficos, para um couro cabeludo mais saudável, também é o foco da GO, que desenvolveu o Prebioxil, um sistema seletivo com patente depositada.
Durante o desenvolvimento, depois de comprovada a eficácia desse sistema prebiótico, o passo seguinte foi a associação dessa nova tecnologia com ativos que atendiam às necessidades específicas do couro cabeludo. Com isso, foram desenvolvidas as primeiras versões de Shampoos Prebióticos do mercado: Anticaspa, Antiqueda e Antioleosidade. Os produtos são isentos de sulfatos, parabenos, corantes e silicones.
Respeitando o microbioma
É possível conseguir respeitar a segurança microbiológica de um produto, incorporando substâncias que alimentam microorganismos benéficos presentes na pele, quando o contato acontece. Para isso, o formulador deve se preocupar com as substâncias utilizadas para compor a sua fórmula. Procurar trabalhar em sinergismo é um dos caminhos, segundo Daniel Caldeira. “Substâncias menos agressivas, sistemas conservantes naturais, muitas vezes provenientes de ésteres e cálculos de diluição do conservante para impedimento de unidades formadoras de colônias, além das interações entre conservantes e diversos microrganismos, são necessários”, recomenda.
A escolha de ativos também é fundamental. A linha Águas de Garden, que são hidrolatos orgânicos que não interferem na proliferação dos microrganismos benéficos presentes na pele, é o exemplo citado por Caldeira. Além de ser um bioativo rico em nutrientes, com benefícios de hidratação, nutrição e leve perfumação, não possui conservante em sua estrutura, pois não há contato manual em seu processo de fabricação, o que não somatiza conservantes à formulação desenvolvida.
“As Águas de Garden substituem fragrâncias sintéticas e ativos de hidratação diversos, que geralmente possuem conservantes agressivos. É necessário trabalhar em equilíbrio, para que o benefício do prebiótico seja entregue aos microrganismos presentes em nós, sem, contudo, desrespeitar a segurança microbiológica do produto fabricado”, diz.
Tecnologia francesa
Entre as várias soluções para lidar com as condições que interferem no microbioma da pele, com diferentes abordagens, Maria Eliza Samy destaca soluções da Basf com tecnologia francesa: Relipidium® e Purisoft®. São ativos tecnológicos desenvolvidos por especialistas através da plataforma de inovação de microbioma da Basf, na França.
Como aumentar os sistemas de defesa da pele e/ou preservar sua barreira é um método para ajudar a equilibrar o microbioma, ingredientes com esses efeitos incluem o Purisoft®, extrato de semente de moringa Oleifera, composto de proteínas catiônicas de sementes de moringa, tradicionalmente usadas para purificar a água para beber. “Esta super semente também atua como formadora de filme e evita a aderência de poluentes na pele”, ressalta Maria Eliza.
Uma outra abordagem da Basf, mas seguindo o conceito de probióticos, é a solução do Relipidium®, ativo desenvolvido por meio da fermentação de um extrato de levedura de uma linhagem exclusiva de Lactobacillus plantarum. “Mostrou-se ótimo para estimular as defesas da pele, reequilibrar a microflora da pele, bem como hidratar significativamente a pele”, destaca a analista.
Soluções amigáveis
A Sederma, empresa do grupo Croda, também oferece ingredientes ativos dedicados a restaurar, manter e proteger a harmonia da microbiota da pele. Entre essas soluções, Luciana Muniz, especialista em ativos e beleza e gerente de contas, destaca o ativo Ecodermine™, com capacidade de reequilibrar a microbiota, trazendo bem-estar e harmonia e que está passando por novos testes de eficácia, que serão publicados em breve. “Ecodermine™, uma associação de açúcares, é um nutriente prebiótico que induz a diversidade comensal e regula a população patogênica na pele e no couro cabeludo”.
“Ecodermine™ é de fácil incorporação em formulações, devido a seu caráter hidrossolúvel. Em emulsões, recomenda-se incorporá-lo ao final do processo, a temperaturas abaixo de 45°C e a temperatura ambiente para géis”, recomenda Luciana, que elenca os benefícios do ativo: ajuda a reequilibrar a pele frágil e seca, acalma a coceira e o desconforto do couro cabeludo, hidrata a pele e o couro cabeludo, e reequilibra a microflora da região íntima.
Colônias diversas
A engenheira química Eliane Dornellas, professora de pós-graduação das Faculdades Oswaldo Cruz e especialista em ciências da vida na Colormix, chama a atenção para o fato de que o maior órgão de defesa do corpo humano apresenta diferenciação de colonização por microrganismos, devido as suas também diversas composições hidrolipídicas: oleosa na face e nas costas, úmida nas cavidades nasais e alípica na palma da mão e na região dos pés.
“Há décadas pesquisadores na área dermatológica afirmam que alguns habitantes microscópicos da pele são em parte culpados por determinados problemas, tais como acne e eczemas. Determinar os habitantes normais de cada região e descobrir como restaurar o equilíbrio adequado da pele, quando ela for abalada, pode ser o caminho para a moderna dermatologia”, enfatiza Eliana.
Para ajudar na formulação de cosméticos que ajudem nessa missão de promover a higiene, tonificação, hidratação e nutrição cutânea, sem agredir o microbioma saudável da pele, a Colormix Especialidades possui em seu portfólio opções saudáveis para projetos cosméticos que, além da eficácia tecnológica, respeitam esse rico e importante ecossistema.
“Dispomos de um portfólio rico e ecoconsciente, formado por tensoativos de aminoácidos suaves sulfate free, conservantes, quelantes, agentes sensoriais e emolientes derivados de aminoácidos; ativos antioxidantes e para nutrição cutânea, como a vitamina C estável e a Threalose; ativos minerais de reologia e ativos da biodiversidade brasileira. Combinados, podem garantir a criação de cosméticos eficazes, seguros e comprometidos com o ecossistema da pele e do planeta”, ressalta Alexandre Castro Monteiro, gerente comercial da Colormix.
Os destaques mais atuais na Colormix Especialidades são a linha Eversoft de surfactantes de aminoácidos, da Sino Lion, com diversas opções de tensoativos aniônicos e não iônicos; o Evermild PGA, ácido poliglutâmico, um hidratante funcional, que promete hidratação contínua e prolongada. Monteiro também destaca o Everwhite VCL (Ascorbyl Lactoside), vitamina estável que, além das propriedades antioxidantes e despigmentantes já conhecidas a vitamina, também atua como quelante de cobre, substituindo o ácido kójico e o ácido fítico, tornando-se um poderoso, estável e seguro ativo.
“Para melhorar as opções de matérias-primas que respeitam a pele, a sugestão é a substituição na formulação do EDTA pelo Evermild GLDA-30 (Tetrassodium Glutamate Diacetate), que fecha com chave de ouro nesta proposta de proteção à microbiota da pele”, garante Monteiro.
Moduladores do ecossistema
A Mapric, subsidiária local do Grupo Greentech, presente em mais de 47 países, tem em seu portfólio diversos moduladores do ecossistema biológico cutâneo, produzidos na sua matriz em Clermont-Limagne, na França, entre eles, o Biotilys®, classificado como pós-biótico ou como ingrediente de ação probiótica. Caracteriza-se por um lisado bacteriano composto por componentes de parede celular e metabólitos.
Segundo Rodrigo Fuscelli Pytel, gerente comercial da Mapric, ele atua principalmente na manutenção de um balanço saudável da microbiota cutânea, promovendo principalmente maior diversidade de microrganismos comensais. “Tal reorganização tem efeito direto e indireto no reforço da barreira cutânea, protegendo melhor a pele contra agressões externas, melhorando sua hidratação, assim como suavizando, acalmando e reduzindo a vermelhidão de peles que apresentam hipersensibilidade ou em condição hiper-reativa em decorrência de procedimentos estéticos ou dermatológicos”.
O Lactophyt® é outro lisado celular oferecido pela Mapric. Também classificado como pós-biótico ou de ação probiótica, possui ação chave na inibição do crescimento de bactérias que promovem o mau odor. Essa atividade se dá através da repopulação da pele por bactérias que não geram metabólitos promotores de mau odor, inibindo aqueles que o provocam. “Esta matéria-prima, associada a tecnologias moduladoras da secreção da glândula sudorípara e a outras absorvedoras de umidade, potencialmente levam à criação de desodorantes antitranspirantes 100% livres de sais de alumínio e de agentes bactericidas ou bacteriostáticos”, ressalta.
Alternativa aos antibióticos
Uma das mais recentes novidades da Mapric é o Acnilys®, lançado na última In Cosmetics, realizada no ano passado em Amsterdam. Considerado prebiótico, atua de forma múltipla: no controle de inflamação e da oleosidade e na modulação de filotipos específicos do P. acnes (agora conhecido como Cutibacterium acnes), o que seria uma excelente alternativa para a construção de produtos voltados ao tratamento da acne, que apresenta alta taxa de recorrência, sendo classicamente tratada com antibióticos e outros agentes antimicrobianos tópicos.
Monteiro também destaca o pós-biótico Hebelys®. “Este ingrediente atua em diversos mecanismos envolvidos no envelhecimento cutâneo, incluindo restauração da integridade cutânea, redensificação e melhora das propriedades biomecânicas da pele, além de ação antioxidante e modulação de mecanismos ligados à senescência celular”.
Abordagem holística
A DSM está combinando sua já estabelecida expertise em microbiologia, ciência e bioativos epidérmicos para realizar pesquisas inovadoras. De acordo como o gerente técnico Luis Julian, os cientistas da empresa estão empenhados em entender mais sobre as condições em que os micróbios são benéficos ou prejudiciais para a pele, o que desencadeia desequilíbrios na flora da pele e como restabelecer um equilíbrio.
A abordagem da DSM, denominada Epibiotic, concentra-se na interação da microbiota na epiderme. Ela também analisa moléculas específicas e os efeitos que elas desencadeiam na pele. “O conceito ‘Corneocare’, que promove uma visão holística do cuidado epidérmico da pele, amplia ainda mais isso a visão da DSM sobre os aspectos e interações das diversas camadas da pele e a microbiota”, revela.
A abordagem da DSM à beleza do microbioma é apoiada por dois ativos bem estabelecidos, e já presentes em cosméticos do mercado. O Syn-Up, um derivado peptídico único, aumenta a força de barreira da pele reequilibrando os níveis de plasmina e promovendo uma interação harmoniosa entre a epiderme e o microbioma da pele.
Julian explica que atividade da plasmina é afetada por uma das bactérias mais comuns no microbioma da pele: o Staphylococcus aureus. Quando há um desequilíbrio no microbioma da pele, o S. aureus afeta a função barreira da pele através de proteases bacterianas que eventualmente desencadeiam processos de inflamação. Esta inflamação leva a uma liberação adicional de plasmina na epiderme, enfraquecendo ainda mais a barreira da pele e estabelecendo um ciclo prejudicial. O Syn-Up, segundo Julian, rompe o ciclo da plasmina de duas maneiras: reduzindo os níveis das bactérias e inibindo reversivelmente as serino-proteases uroquinase e plasmina, o que aumenta a resistência da barreira da pele.
Outro ingrediente citado pelo especialista, o Pentavitin, um complexo único de carboidratos idênticos, quebra o círculo vicioso que se inicia com a infiltração e multiplicação microbiana no couro cabeludo, à medida que a função de barreira diminui. “Testes in vitro mostraram que ela pode equilibrar a atividade microbiana na barreira do couro cabeludo, influenciando o equilíbrio de espécies como Malassezia furfur e Staphylococcus epidermidis no microbioma do couro cabeludo” afirma, garantindo que estudos in vivo descobriram que o Pentavitin a 0,2% reduz a irritação da pele em 12% após duas horas e 17% após 24 horas, comparado a 6% e 8% para o principal benchmark.
Ativo à base de bactéria probiótica
A IMCD tem em seu portfólio uma inovação importante com foco no microbioma da pele: o ProRenew Complex CLR™. Trata-se de um ingrediente ativo pós-biótico obtido da bactéria probiótica Lactococcus lactis, que se destina a aplicações em todos os cosméticos de cuidados da pele e atua como ativo. “Além disso, bactérias probióticas atuam no sistema imunológico melhorando a capacidade do nosso corpo de se adaptar a agentes negativos externos como poluição, estresse e outros”, destaca Natália Scagliusi, analista de marketing.
De acordo com Natália, ProRenew Complex CLR ™ aumenta a velocidade e a qualidade da regeneração da pele, proporcionando uma pele renovada e saudável. Atua ainda no aumento da produção de substâncias essenciais que atenuam o envelhecimento, o estresse e o efeito negativo da poluição na pele, tendo como resultado uma pele equilibrada. “É um princípio ativo de fácil manuseio, podendo ser utilizado em emulsões, formulações tensoativas, hidro-alcoólicos e aquosos. É estável em ampla faixa (de pH 4,0 a 7,0), além de estar de acordo com a Ecocert para cosméticos naturais e orgânicos e ter certificação Cosmos.
“Diferentemente dos prebióticos que atuam nas bactérias probióticas que vão atuar na pele, o ProRenew Complex CLR™ age diretamente na pele, pulando assim uma etapa e tendo uma ação superior aos prebióticos”, destaca Natalía.